quinta-feira, agosto 14, 2008

KIRCHNER E LULA: O MESMO MÉTODO, O MESMO ESTILO!

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Trechos da coluna dominical no La Nacion, de Mariano Grondona, jornalista sênior:

"O Que é Pior, Enganar ou Enganar-se?”

Os discursos incessantes da Presidenta nos dão uma pista de seus pensamentos. A mídia está registrando, nesse sentido, uma inquietante distancia entre as palavras de Cristina e os dados da realidade. Ela acaba de dizer, por exemplo, que seu governo e o de seu marido é e foi os primeiros “bons governos” que teve a Argentina, independente em seus 200 anos de história.

Dizia Maquiavel que “aquele que quer enganar sempre encontrará os que querem ser enganados”. As palavras de Cristina e seus acólitos são apenas casos de abuso de propaganda destinada à parte menos informada da sociedade, aos milhões de “clientes" de uma vasta rede de cooptação, ou refletem algo mais profundo?

Há, nos Kirchner, unicamente, um projeto deliberado de manipulação ou, por detrás dele, gravita uma falha de sua própria percepção que os tem não mais como inculpados do que dizem, mas sim como vítima dos que pensam?

Reduz-se tudo, por ventura, a seguir esse maestro da propaganda, que foi Joseph Goebbels, quando dizia “minta, continue mentindo, porque algo ficará como verdade”, ou o desdobramento da propaganda oficial traduz autênticos erros diante da incômoda realidade?

Ao distorcer a realidade, o governo dos Kirchner não apenas desinforma as massas que o seguem; prejudica-se também a si mesmo.

Apenas um caso: a Presidenta acredita ser uma grande oradora. É, para muitos, evidente, no entanto, que suas exaltadas arengas, em lugar de beneficiá-la, a têm prejudicado. Foi por este “efeito bumerangue” que seus assessores a aconselharam a falar menos. E é evidente também que parte da crispação que hoje agita principalmente as classes médias urbanas, e não apenas o campo, se deve às atuações discursivas da Presidenta.

Mas ela insiste.

Encontramo-nos aqui diante de um excesso da propaganda destinada a terceiros ou diante de um próprio erro de percepção?

Quando a Presidenta investe contra a mídia, não aflora aqui também um preconceito ideológico contra as expressões livres do jornalismo, cujos meios, até ontem menos hostis, já começam a dar-lhe as costas?

A que se deve, em todo o caso, que nem Nestor nem Cristina não hajam jamais concedido entrevistas coletivas à imprensa, ações habituais nos países democráticos?

De certa maneira, os preconceitos do governo argentino, tão visíveis frente ao campo, ao jornalismo independente, às Forças Armadas e à Igreja, são ainda mais graves do que as pressões da propaganda oficial, porque, enquanto o que engana deliberadamente conhece a realidade que oculta, o preconceito a ignora porque seus próprios antolhos não lhe deixam vê-la. Aqui é precisamente onde, enquanto o que engana o faz com conhecimento, o que se auto-engana ou o que se deixa enganar passa a ser não só a vítima de sua audiência, mas também a vítima de suas próprias pré-concepções.

O que é pior, então, ganhar mediante a propaganda, ou enganar-se pelos preconceitos?

Moralmente, talvez, a propaganda seja pior, pois é afluente do cinismo. Porém, o cínico conhece pelo menos seu erro e, se emendar-se moralmente, poderia superá-lo. O preconceituoso desconhece ao contrário qual é o mecanismo de distorção que opera em suas entranhas. Quem poderia, nesse caso, corrigi-lo?

Como escutará os que querem ajudá-lo a ver as coisas como são, se seus preconceitos o levam a suspeitar que esses mesmos que querem ajudá-lo são precisamente seus inimigos?

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