sexta-feira, agosto 29, 2008

Opinião: Decretado o Estado Policial

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Por Armando Soares (*)

Economista e Diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará
asoares37@yahoo.com.br

30 July, 2008 01:16:00 Editoria

http://www.alerta.inf.br/index.php?news=1352

“E aos próprios vitoriosos a vitória destruirá.”

(Dryden)

O Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente é o mais perfeito instrumento de matança da célula produtiva brasileira, reflete o resultado da ação vitoriosa do aparato ambientalista comandada por uma eficiente e inteligente administração da governança global e sua rede de comunicação composta por ONGs, igrejas, instituições governamentais e mídia.

O meio ambiente, em razão de sua importância para a preservação da vida, foi o melhor caminho encontrado pelos países ricos para o domínio do mercado, para perpetuar a qualidade de vida de seus habitantes e dar continuidade ao seu poder econômico diante de nações que buscam a estrada do desenvolvimento, como o Brasil.

O meio ambiente também se prestou para acomodar a esquerda brasileira, baratinada e sem espaço com a falência do socialismo e comunismo no mundo e um exército de movimentos sociais (elementos de intimidação), paradoxalmente sustentados pelo capital americano e europeu, usados maquiavelicamente para destruir os investimentos privados na Amazônia e impedir, a todo custo, com apoio de instituições oficiais, impregnadas com idéias preservacionistas contrárias ao desenvolvimento, disseminadas pela mídia a peso de ouro, através de uma inteligente propaganda subliminar, que embota o raciocínio paralisando órgãos governamentais que deveriam resguardar os legítimos interesses da sociedade brasileira e amazônida (não de países estrangeiros), a grande sacrificada e eleita pelos americanos e europeus para permanecerem pobres e subdesenvolvidos ad extremum.

O Decreto 6.514, para quem sabe ler é um instrumento que define a opção do atual governo por um estado policial para o país, objetivo sempre presente nos ideários dos partidos que apóiam o governo, caminho semelhante o trilhado por Hitler e outros ditadores que no primeiro momento iludiram o povo, para depois mostrarem sua verdadeira face de títeres e destruidores da liberdade.

O Decreto 6.514, é para todo o Brasil e atinge em cheio os interesses do agronegócio do sul, sudeste e centro-oeste brasileiro, pois considera crime ambiental quem não respeitou a famigerada reserva legal, que no sul e sudeste é de apenas 20%, totalmente utilizada para a produção de alimentos, matérias-primas, cana-de-açúcar, álcool, biodiesel e criação de animais. Se o governo e o espetacular ministro do Meio Ambiente, tiver coragem e respeito às leis e decretos absurdos contrários a produção de alimentos e exigir o reflorestamento com nativas da reserva legal de 20%, a grande maioria dos produtores do sul e sudeste serão presos e a produção de alimentos terá uma queda vertical com reflexo no aumento dos alimentos, atingindo o bolso da classe pobre e média brasileira.

Além da questão da reserva legal no sul e sudeste e centro-oeste, essas regiões vem usando permanentemente as APPs (morros, montanhas, áreas ribeirinhas e nascentes) para a agricultura, criatório de animais e o governo para a montagem de prédios (Palácio do Planalto) e monumentos, como é exemplo o Cristo Redentor e outros espalhados pelo Brasil. Em se tratando da Amazônia, temos absoluta certeza de que todas as infrações e sanções serão religiosamente obedecidas com todo o rigor da lei, considerando que a Amazônia é alvo principal dos ambientalistas. Quanto ao sul, sudeste e centro-oeste estamos pagando para ver. Caso as ilegalidades sejam ignoradas, os brasileiros e amazônidas terão a certeza de que o governo brasileiro está totalmente comprometido com os interesses estrangeiros e que já estamos perdendo o domínio da região.

O Brasil é o primeiro país no mundo que se mostra arredio, contrário a quem produz alimentos apesar da hipocrisia do discurso governamental. É também o único no mundo que joga policiais contra produtores de alimentos, mas trata com carinho e consideração quem invade propriedades. O conjunto de juízos pré-estabelecidos no seio do governo, da Justiça, do MP, das igrejas e da mídia contra quem produz na Amazônia e agora com o reforço do Decreto 6.514 é fator de total desestímulo para quem produz alimentos, situação que requer uma tomada de decisão corajosa, ou seja, paralisar a produção, mudar de atividade ou reagir de forma contundente como deram exemplo de coragem os argentinos. Continuar recuando e aceitando os instrumentos de morte e de perda de liberdade, é no mínimo fraqueza e burrice.

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