sexta-feira, agosto 15, 2008

BRASIL - O SINDICALISTA E UM ESTADISTA

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Dorival Ari Bogoni

PARTE II

“Um político pensa na próxima eleição. Um estadista, na próxima geração.”

James Clarke

O sindicalismo brasileiro, como força organizada, surgiu com o governo Vargas na década de 1930. O modelo sindicalista evoluiu, sofreu alterações e repressões e se consolidou na década de 70, quando enfrentou o governo militar, paralisou e intimidou todo o parque industrial paulista, via greves, piquetes e atos de força, e ocasionalmente vandalismo. Chegou ao apogeu de influência na década de 80, ocasião em que sindicalistas, intelectuais e movimentos populares fundaram o Partido dos Trabalhadores. A liderança que despontou deste movimento desde então foi Luiz Inácio da Silva, o Lula, nada mais nada menos que o atual presidente da república.

O sindicalismo nasceu para superar desafios. Está em luta permanente. Desde as origens teve que enfrentar forças superiores, organizar pessoas e movimentos dispersos, usar de todos os subterfúgios e artimanhas para sobreviver e prosperar. É o enfrentamento do patrão contra o empregado, do forte contra o fraco, do poder econômico versus a pobreza, da abundância versus a carência, da minoria frente à maioria, do liberal frente ao social, da direita frente à esquerda.

Este desequilíbrio de forças teve alto custo e tem seu preço até nossos dias. Desde muito exigiu sofrimento, lágrimas e sangue. Oito trabalhistas norte-americanos morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886, após liderarem os movimentos em que milhares de trabalhadores foram às ruas para reivindicar melhores condições de trabalho. Aquele 1º de maio se transformou em dia internacional do trabalho.

As lideranças tiveram e ainda tem importância capital na condução do sindicalismo. No início da industrialização as massas de trabalhadores, incontáveis, geralmente pouco cultas, com nenhuma informação e sem alternativas, lutavam para atender as necessidades básicas, imediatas e mesmo a sobrevivência. Trabalhavam para pessoas que procuravam tirar o máximo de vantagem dando o mínimo de retorno. Não havia legislação, escrúpulos ou compaixão. Era a lei do mais forte.

No transcorrer do século XX houve grandes avanços e transformações para o assalariado e a mão-de-obra em geral, seja no amparo do Estado, na atuação das empresas, na legislação específica, na remuneração, nos direitos individuais e das categorias, dentre tantas e tantas conquistas. Diga-se sim, conquistas justas!

Contudo, muito mais conseguiram as lideranças sindicais. Além da estabilidade no emprego, da representação das categorias, da administração vultosa de recursos, da projeção na mídia, aperceberam-se da importância do poder. Tomaram gosto e passaram a fazer uso deste poder, inicialmente para confrontar a tudo e a todos, desde o governo, os concorrentes e os patrões, depois para buscar mais poder e mais espaço. Espaço inicialmente dentro e entre os sindicatos e em seguida no espectro mais amplo da sociedade, em todos os campos do poder, em especial o político.

Neste processo, originado no chão de fábrica, para buscar espaço e representatividade, digladiaram-se pessoas de todas as origens, níveis e credos. Indivíduos e grupos enfrentando-se, uns juntando-se a outros, na busca de sustentação e influência. Utilizaram-se todos os métodos imagináveis, os conchavos nunca sonhados, métodos ortodoxos e heterodoxos, uniões, rompimentos e traições, e a eliminação pura e simples de adversários e concorrentes, para se alcançar e permanecer no poder. Que o digam os fatos históricos no ABC paulista.

A década de 80 foi fértil e proveitosa para o sindicalismo. O movimento foi cooptado e começou a formular e aceitar parcerias com intelectuais e outras organizações populares, em sua maioria de esquerda, que passaram a buscar espaço político. São exemplos desta aproximação a USP, facções da Igreja Católica e os descontentes de toda ordem, os sem. Os sem terra, sem teto, sem vergonha...

Mantendo os métodos aprendidos e testados nos sindicatos, acrescidos de ensinamentos e de um arcabouço ideológico de esquerda - em moda especialmente na Europa, fundamentado em Marx e Gramsci – chega-se à nova fórmula seguida pela liderança do Partido dos Trabalhadores. Foi a sopa no mel; juntou-se a fome com a vontade de comer.

Ideólogos, embalados num emaranhado de teorias e sonhos enganosos, impossíveis de atingir, já que ultrapassados e fracassados no resto do mundo; e sindicalistas, amestrados num modo de agir calcado na mentira, no cinismo, na falta de ética, nos conchavos, na proteção aos companheiros em qualquer circunstância, na busca de vantagens pessoais, na corrupção de tudo e de todos.

A parceria tomou corpo. Estas lideranças, centradas nos próprios objetivos, na corrupção, no desprezo pelos valores cristãos e pelos interesses maiores da Pátria, com persistência, insistência, método, manipulação das populações e conivência da mídia, conseguiram chegar ao poder.

O cenário pode ser delineado e mais facilmente entendido quando se parte dos movimentos revolucionários nacionais do século XX, em especial da década de 60 em diante; de passagem, observar o caso Celso Daniel em Campinas, sempre abafado; e fica corroborado no processo em que são denunciados pelo Procurador Geral da República quarenta dos assessores e auxiliares diretos do atual presidente da República. Processo este, como nos demais, em que o presidente e sindicalista-mor nada sabe, nada ouviu, nada viu! Impossível, pela rotina, ignorar os escândalos que surgem e ocorrem quase que diariamente no atual desgoverno. Lula rasga elogios, defende e protege os “cumpanheiros e aloprados”. Descarta os que se tornam dispensáveis. Seleciona algum boi de piranha para acalmar as massas ignaras.

Estes princípios e valores, misto de ideologia, força e ignorância burilada nortearam o surgimento, o crescimento e a vida de Luis Inácio da Silva. Lula foi formado no ABC, obteve mestrado em São Paulo e doutorado no Brasil, sempre pela escola do sindicalismo. Contudo, nestas cerca de duas décadas não teve vontade nem ousadia de estudar ou dominar o abecedário brasileiro. É um apedeuta autoconfesso! Sonhou e chegou lá. É o atual presidente do Brasil!

O Brasil é um país sério?

BRASIL - O SINDICALISTA E UM ESTADISTA

Dorival Ari Bogoni

Parte III

Estadista: a pessoa que exerce liderança política com sabedoria e sem limitações partidárias.

Dicionário Eletrônico Houaiss

Entende-se por estadista a pessoa versada em negócios políticos. O estadista precisa dispor de uma visão ampla e abrangente, compreender os cenários regionais, nacional e internacional. Descarta o envolvimento com pessoas, grupos ou facções que buscam objetivos limitados, fora de sintonia com os interesses da nação. O estadista não faz distributivismo barato e permanente para anestesiar e embevecer as massas carentes; afasta-se do populismo, da demagogia, das promessas vãs.

As pessoas querem e buscam oportunidades, educação, um mínimo de dignidade, de segurança. É o indispensável, e os governantes têm a obrigação de proporcionar estes serviços a qualquer cidadão. Governar é dar sentido à vida de crianças e jovens, significa defender as legítimas aspirações da sociedade, formar cidadãos, estar voltado aos interesses permanentes da Pátria.

O estadista tira ensinamentos do passado; realiza com dignidade sua missão, impulsiona pessoas, semeia esperança e traça rumos promissores para o amanhã. Dá nobreza ao cargo. Chama a si a responsabilidade dos acertos e dos erros, dos sucessos e fracassos, lidera pelo exemplo, exige mais de si próprio que dos outros.

O Brasil possuiu estadistas deste quilate. Basta mirar-se na vida de Don Pedro II, Rio Branco, Caxias, Castelo Branco, dentre tantos outros.

O estadista da nossa avaliação possui outra particularidade: é militar. Antes de tudo, a profissão das armas exige vocação e pendor. Desde o princípio, o candidato à carreira militar é exigido ao máximo, chega aos seus limites. Os concursos às escolas militares são altamente seletivos. A gradual formação intelectual e moral é rígida e intransigente, classifica entre os pares, exige sacrifícios, correção de atitudes, comportamento e conduta ilibadas.

A formação aprimora o campo cognitivo, mas enfatiza o campo afetivo inculcando no jovem a importância dos valores morais, moldando o caráter e impregnado a alma para o sublime, para as virtudes militares, para a dedicação à Pátria, mesmo com o sacrifício da própria vida.

Os aforismas se perpetuam no tempo, independentes de modismos, ideologias e governos: “À Pátria tudo se dá, nada se pede, nem mesmo compreensão”; “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever.” O Marechal Rondom também deixou seu legado à causa indígena: “morrer se preciso for, matar nunca.”

No transcorrer do tempo os cursos se sucedem ininterruptamente para os militares com idênticas exigências e rigor. A vivência nacional é incentivada. A convivência com a sociedade, de todas as regiões e recantos do Brasil é a norma. Gente de todas as cores, etnias, classes sociais e credos são recebidos sem distinção e acolhidos nos quartéis. Jovens são incorporados, despertados para a cidadania, o patriotismo, a profissionalização, os valores morais, o companheirismo, a ética. São meio milhão de jovens a cada ano, e servem de testemunho para estas assertivas.

O bem do grupo, da sociedade, da nação, se sobrepõe às necessidades pessoais. Os profissionais que se desvirtuam, e os há em qualquer grupo social, são afastados e excluídos. As Forças Armadas se depuram de dentro para fora. A ética e o interesse nacional são a norma.

Estes princípios e valores nortearam a formação e a vida do General Heleno, como nortearam os demais militares brasileiros desde as origens da nacionalidade.

Analisada a formação e as escolas dos nossos atores o leitor poderá melhor compreender as reações dos dois personagens frente aos fatos atuais.

Como pano de fundo, a questão que envolve a delimitação da reserva indígena Raposa Serra do Sol em Roraima, dentre outras reservas indígenas já demarcadas. Em evidência neste contexto, a integridade e a soberania brasileiras sobre a Amazônia.

Nas pretendidas demarcações, o que merece ênfase é a extensão absurda das áreas geográficas em relação à população indígena; a localização das mesmas junto às fronteiras, porosas, desabitadas e sem a presença do estado; a existência comprovada ou presumida de toda ordem de minerais, raros e de valor inimaginável, abundantes na região; a denominação de nações indígenas para grupos esparsos de índios sem afinidade no tempo; a atuação ininterrupta e persistente de ONG sem o menor comprometimento com os interesses nacionais; a liberdade de ação dos estrangeiros; o descaso com a segurança e para com as Forças Armadas; a ausência e descontrole do governo brasileiro.

A situação lamentável e caótica do norte brasileiro se faz sentir em todos os campos do poder, em especial o político, o econômico e o militar. Tudo público e notório.

Simultaneamente, líderes de países desenvolvidos martelam sem parar e se pronunciam sobre a Amazônia, na mídia, em congressos, nos foros internacionais com ou sem a presença do Brasil, como se tudo fosse terra de ninguém. Houve, inclusive, pasmem, representantes do Brasil que ousaram assinar a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, (http://www.onu-brasil.org.br/) documento patrocinado pela ONU. Como que se no Brasil houvesse outros povos que não o povo brasileiro. Crime de lesa-pátria. Porque estes hereges e apátridas não foram execrados em praça pública?

Que nunca mais encontrem paz de espírito!

O cenário lamentável e caótico não só para as questões indígenas, mas também para as políticas públicas na Amazônia, foi definido e confirmado por um estadista com conhecimento de causa.

Nada que fosse confidencial à sociedade, ou voz corrente entre os militares e os cidadãos de bem. Todo cabo da guarda de qualquer quartel das Forças Armadas na Amazônia, apesar de serem poucos é verdade, apresentaria este quadro de incertezas. Até a velhinha de Taubaté, já fora de moda, saberia dos assuntos preocupantes atinentes à Amazônia, pois remontam ao tempo desta enigmática figura.

De diferente, um comandante militar com responsabilidade sobre a Amazônia, com a consciência do seu dever, coerente com sua formação e juramento com os interesses da Pátria, tomar posição firme. Teve ele a ousadia de levantar a voz e alertar os responsáveis maiores do País das ameaças que pairam sobre a Amazônia. Trazer à luz e proclamar à Nação e à mídia a situação criada nos e pelos últimos governos, incluso o atual. Escancarou os desafios com os quais convive, e os perigos e ameaças para os interesses nacionais.

BRASIL - O SINDICALISTA E UM ESTADISTA

Dorival Ari Bogoni

Parte IV

O povo que elege um semi-analfabeto para conduzi-lo, não pode esperar decisões sábias, nem o melhor porvir para o amanhã.

O comportamento e as reações do sindicalista presidente e seu séqüito, e a do estadista, após o embate dos posicionamentos antagônicos, mantém a coerência decorrente da formação e das escolas freqüentadas pelos atores.

O sindicalista presidente, autoproclamado ‘grande líder’ e autoridade única, julgando-se acima das leis e isento de erro, avesso a qualquer contestação ou contrariedade, de quem quer que seja, não absorveu o golpe. Nunca na história desse país houve alguém como ele, e que não resolvesse de imediato qualquer problema. Como alguém poderia afirmar que no seu reino algo estaria em estado lamentável e caótico. Exigiu, de imediato, justificativas e retaliações. Manteve a coerência do sindicalista acuado e presidente onisciente.

Quando candidato, na mídia e em palanques, ou hoje no poder e nos palácios pelo mundo, tudo sabe; ouve atento os elogios e aplausos, que tanto massageiam o ego; vê tudo perfeito e funcionando, segundo a cartilha do politicamente correto. Quando a realidade aparece, olvida as críticas e vaias, seleciona públicos e platéias, nada sabe, só ouve o que interessa, só vê o que quer. Sindicalista e ‘grande líder’ legítimo!

O General foi chamado a dar satisfação. Não precisa ser mágico nem vidente par concluir que o militar manteve suas posições e honrou a palavra dita. Frente ao impasse, foram postos panos quentes pelo assessor de defesa, para que o líder máximo não corresse risco de provocar a fúria das legiões. Lula é semi-analfabeto auto-assumido, mas não é louco. Além de muito esperto, fez escola em chão de fábrica, tem estrada e o senso de sobrevivência. Nem sonhar de por em risco sua permanência no poder. Aguarda nova oportunidade para ir à forra. Engana-se quem pensa que a novela acabou. Dois passos à frente, um atrás!

Muita cizânia foi lançada na sociedade brasileira. O ‘grande líder’ soube selecionar sua equipe de assessores, dentro dos parâmetros de qualificação que possui, com os que lhe são fiéis e que comungam dos mesmos ideais. Além da quadrilha dos quarenta e da substituição à altura e com maestria, na medida das baixas, dos abatidos pela corrupção, por pessoas mais espertas e refinadas na arte de representar, teve a ousadia de aparelhar o estado com dezenas de milhares de funcionários sem concurso e sem habilitação, ao arrepio da lei, saídos dos quadros do sindicalismo e do PT.

O único programa de governo, já no seu segundo mandato, se é que pode ser chamado de programa, está EMPACADO, como foi constatado do pronunciamento recente da mãe do PAC no senado, 1ª ministra Dilma. Lula e o PT só têm um projeto: A PERPETUAÇÃO NO PODER.

Tudo tem seu preço. O equilíbrio será alcançado no devido tempo. A conta terá de ser paga um dia. Algo tem de ser feito para que ele não se torne impagável. Nada acontece por acaso. A república sindicalista, com certeza não está preocupada com as reais aspirações da sociedade, com a carga de impostos, com o preço, nem nos que virão amanhã. Muito menos com o Brasil. Acima a internacionalização. Viva o Foro de São Paulo!

Para manter seus objetivos e a permanência no poder os integrantes da república sindicalista pagarão qualquer preço, tomarão qualquer atitude, farão qualquer absurdo, mesmo que tenham que passar às futuras gerações o mapa do Brasil mutilado ou pela metade. Basta olhar a herança de outros ‘grandes líderes’ e de nações que já percorreram antes os caminhos que se quer seguir.

Muitos já foram encantados pelas sereias, perseguiram os ideais da esquerda radical, em outras jornadas. Basta mirar e analisar as experiências vividas na União Soviética, na Alemanha, nas Coréias, na Iugoslávia. A história se repete amiúde. Quero me negar a crer que seja neste solo. Acorda Brasil para que não sejas Tu a próxima vítima. Ainda há tempo.

O tempo nos dirá!

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