“A lição é esta: urge criar uma contrapartida ao Foro de São Paulo; uma organização democrática ibero-americana, capaz de combater internacionalmente essa máfia de alcance mundial.”
Alejandro Peña Esclusa
Consultor do FDR
Tradução: Graça Salgueiro
Semanas antes do referendo de 10 de agosto, os aliados internacionais de Evo Morales lançaram uma intensa campanha para defender seu pupilo.
Em 30 de junho, Chávez viajou a Tucumán, Argentina, para assistir à XXXV Cúpula do Mercosul, onde propôs aos países membros dessa organização um plano para apoiar Morales.
Em 18 de julho, Chávez e o presidente Lula viajaram a Riberalta, Bolívia, para respaldar Evo Morales. Em um gesto claramente propagandístico, Lula assinou um protocolo para o financiamento de 230 milhões de dólares para construir uma estrada de 508 kilômetros que ligará a Bolívia com o Brasil.
Pouco antes de 10 de agosto, dirigentes do Foro de São Paulo viajaram a
Tal como resenhou uma nota no portal de notícias do Mercosul em 11 de agosto, “Na campanha do referendo revocatório no qual esteve em jogo o mandato de Evo Morales, seu aliado estratégico Hugo Chávez foi a espada e o presidente brasileiro Lula da Silva, o escudo”.
Em contraste, as forças democráticas da Ibero-América pouco ou nada fizeram durante a campanha eleitoral. Exceto por alguns artigos de opinião, se limitaram a esperar os resultados do referendo. Deixaram os opositores bolivianos absolutamente sós.
Cada vez que um dos membros do Foro de São Paulo se encontra em dificuldades, o resto dos integrantes acode em seu apoio, passando por cima das nacionalidades. Em compensação, os democratas da região atuam única e exclusivamente dentro de seu próprio território.
A lição é esta: urge criar uma contrapartida ao Foro de São Paulo; uma organização democrática ibero-americana, capaz de combater internacionalmente essa máfia de alcance mundial. Porém, para consegui-lo, primeiro é necessário ampliar a visão da política. Ou os democratas da Ibero-América lutamos conjuntamente, ou nos derrotarão um a um.
A verdade sobre o PT e as FARC
por Alejandro Peña Esclusa
08 de agosto de 2008
Tradução: Graça Salgueiro
Tanto o PT como as FARC estiveram – ombro a ombro – no Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, desde sua fundação até (ao menos) março deste ano; quer dizer, durante dezoito anos.
Um escândalo maiúsculo levantou-se no Brasil pelas revelações da revista colombiana “Cambio”, segundo as quais membros do alto governo de Lula estariam vinculados às FARC. Os próprios incriminados – entre eles o chanceler Celso Amorim e o assessor Marco Aurélio Garcia – puseram a boca no mundo, alegando que não têm nada a ver com a guerrilha colombiana e que, pelo contrário, foi o Partido dos Trabalhadores (PT) quem “afastou as FARC do Foro de São Paulo”.
Entretanto, os fatos demonstram que o PT e o próprio Lula mantiveram relações não só com as FARC, como também com o ELN. Em julho de 1990, o Partido dos Trabalhadores – junto com o Partido Comunista de Cuba – convocou uma reunião na cidade de São Paulo, para discutir o que fazer frente a queda do muro de Berlim e o provável desaparecimento do comunismo do leste europeu. À reunião assistiram sessenta e oito ‘forças políticas’ pertencentes a vinte e dois países latino-americanos, entre eles as FARC e o ELN.
Ali decidiram conformar uma nova organização política, de alcance continental, à qual denominaram ‘Foro de São Paulo’ (FSP), para manter viva a utopia marxista e subverter as frágeis democracias da região, utilizando-se de suas próprias fraquezas. Estabeleceram um mecanismo de comunicação permanente, encontros anuais, uma revista semestral – América Libre – e uma junta diretora, denominada Grupo de Trabalho. Tanto o PT como as FARC estiveram – ombro a ombro – no Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, desde a sua fundação até (pelo menos) o mês de março deste ano; quer dizer, durante dezoito anos.
Enquanto isso, o Conselho Editorial de América Libre [*] teve – desde seu primeiro exemplar até o mais recente – algum porta-voz do PT em contato com o ‘número um’ das FARC, Manuel Marulanda, codinome Tirofijo.
O confisco do computador de Raúl Reyes, ocorrido em março deste ano, acendeu os alarmes de todos os aliados das FARC, inclusive os do PT, porque nos discos rígidos ficava plenamente demonstrada não somente uma afinidade ideológica, senão também uma tácita aliança política e operacional com o narco-terrorismo colombiano. Isso sim, é que eram palavras maiores.
Em função do amplo conhecimento de seu comprometimento não apenas com a guerrilha colombiana, mas também com o narcotráfico, o PT ordenou a adoção de uma ‘estratégia de desacoplamento’, a qual começou em maio deste ano, na cidade de Montevidéu, com uma coletiva de imprensa outorgada pelo alto dirigente petista Valter Pomar, que ocupava o cargo de Secretário Executivo do XIV Encontro do Foro de São Paulo.
Pomar anunciou, com estardalhaço e arrogância, que as FARC já não pertenciam ao Foro de São Paulo. Entretanto – para sua desventura – Daniel Ortega se encarregou de desmenti-lo dois dias mais tarde, quando pronunciou um apaixonado discurso a favor de Manuel Marulanda, que foi ovacionado de pé por todos os participantes do Encontro, inclusive a delegação do PT.
Em resumo, a vinculação entre o PT e as FARC é fácil de demonstrar por ser tão evidente, factual e documentariamente. Ocorre através do Foro de São Paulo. Há milhares de documentos públicos que o certificam. O problema é que Lula é nada menos que o Presidente da República e o PT é o partido do governo. Portanto, embora existam as provas, dificilmente haverá castigo porque as próprias autoridades irão querer impedir ou sabotar qualquer julgamento.
Só uma Comissão Internacional da Verdade, composta por personalidades de toda a América, será capaz de levar ao banco dos réus os acusados e de levar ao cárcere os que durante tantos colaboraram com tantos assassinatos e crimes contra a soberania colombiana por estarem indelevelmente associados às FARC.
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