Introdução deste site:
Não, não está acontecendo absolutamente nada demais nesse país. A economia vai de vento em popa, com o crescimento do emprego (de apertador de parafuso, mas tudo bem) e da produtividade (na maior parte de produtos primários, mas tudo bem). Fomos classificados com selos internacionais como um país apto e seguro para receber investimentos externos. Todo mundo acha que, como vai bem a situação econômica, não há 'moral' para reclamar da política (a não ser sobre aquela corrupção de quem leva dinheiro para enriquecimento pessoal e não para projetos políticos de poder) e muito menos da comunização do país, uma vez que as mentalidades continuam a achar que o comunismo é incompatível com eleições ditas democráticas (porém de voto popular manipulado e de urnas eletrônicas sem voto impresso, dificílimas, senão impossíveis de se fazer averiguação) e com economia dita 'de mercado' (na verdade formada por cartéis, com pesada carga de impostos aos pequenos e médios proprietários de negócios, até que venham a falir e a vender seus negócios para os cartéis). Portanto, com as instituições aparelhadas e a mídia de grande alcance, além de também aparelhada, engessada por depender de anunciantes governamentais, de concessões e por viver ameaçada de processos, não adianta gritar e denunciar o que quer que seja. É um escândalo atrás do outro, e continua todo mundo achando que a economia estável é nosso patamar de segurança máxima. A verdade está aí, nua e crua para quem quiser ver, como no texto abaixo, da coluna de Diogo mainardi, da Veja desta semana.
Diogo Mainardi
VEJA - Edição 2063
4 de junho de 2008
O nome é Angela Maria Slongo
"O Palácio do Planalto contratou a mulher de Olivério Medina, representante das Farc no Brasil. Enquanto uma fatia do estado brasileiro prendia um criminoso internacional, uma outra fatia o protegia, oferecendo à sua mulher um salário de apaniguada".
A mulher de Olivério Medina, o representante das Farc no Brasil, foi contratada pelo governo Lula. Agora só falta arranjar um emprego para a mulher de Fernandinho Beira-Mar, outro criminoso ligado às Farc.
Em 29 de dezembro de 2006, Angela Maria Slongo foi nomeada pelo ministro da Pesca, Altemir Gregolin, para o cargo de oficial de gabinete II, com um salário de DAS 102.2. Angela Maria Slongo é mulher de Francisco Antonio Cadena Collazos, também conhecido como Olivério Medina, ou Padre Medina, ou Camilo López, ou El Cura Camilo. Quando Angela Maria Slongo foi nomeada pelo Palácio do Planalto - sim, o Ministério da Pesca é ligado diretamente ao gabinete do presidente da República -, Olivério Medina estava preso em Brasília, a pedido da Colômbia, seu país de origem, onde era acusado de atos terroristas e assassinatos.
Pausa. Respire fundo. É melhor repetir o que acabei de dizer. Pode ser que alguém tenha passado batido. É o seguinte: enquanto uma fatia do estado brasileiro cumpria a lei, prendendo um criminoso internacional, uma outra fatia - mais especificamente, Lula e seus ministros - o protegia, oferecendo à sua mulher um salário de apaniguada, a fim de que ela pudesse permanecer perto dele, numa chácara em Brasília, à espera do julgamento do STF, que iria decidir sobre sua extradição. Ele só saiu da prisão domiciliar no fim de março de 2007. Angela Maria Slongo até hoje continua aparelhada no Ministério da Pesca, recebendo seu salário de apaniguada, que acumula com o salário pago pelo governo do Paraná. VEJA pediu esclarecimentos sobre a escolha de seu nome para o cargo de confiança. O Ministério da Pesca informou que ela apenas mandou um currículo e foi selecionada por critérios profissionais. Simples? Simples.
Publicamente, Lula tenta se afastar da companhia das Farc. Às escondidas, seu governo dá cada vez mais sinais de irmandade com o grupo terrorista, como nesse caso da mulher de Olivério Medina. Nos computadores de Raúl Reyes, o terrorista morto pelos soldados colombianos, foi encontrada uma mensagem de Olivério Medina em que ele dizia poder contar com o apoio da "cúpula do governo" brasileiro, em particular com o ministro Celso Amorim. O papel de Olivério Medina no Brasil, de acordo com o jornal colombiano El Tiempo, era "trocar cocaína por armas e fazer o recrutamento de simpatizantes". O recrutamento de simpatizantes podia ser feito até mesmo no Ministério da Pesca. Já a troca de cocaína por armas passava por outros canais. Numa de suas mensagens sobre o tema, Olivério Medina referiu-se a um certo "Acácio", identificado como o Negro Acácio, sócio de Fernandinho Beira-Mar no narcotráfico.
Um relatório oficial da Abin acusou Olivério Medina de ter oferecido dinheiro das Farc à campanha eleitoral de candidatos petistas. Quando VEJA fez uma reportagem sobre o assunto, um monte de gente chiou. Para os agentes da Abin, os membros do PT que receberiam o dinheiro eram aqueles das correntes mais esquerdistas do partido, como a do ministro da Pesca, que contratou a mulher de Olivério Medina. Sempre que alguém morre no Brasil por um crime relacionado ao tráfico de drogas, pode-se dizer que há um dedo das Farc. O grupo terrorista está perdendo terreno na floresta colombiana. Mas chegou ao poder nos morros brasileiros e na Esplanada dos Ministérios.
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