Antonio Celente Videira
Cel. Int. R1 Aer.
É inacreditável como uma ação isolada de jovens militares, condenada por todos, pode desmerecer o Exército Brasileiro, instituição, até semana passada, considerada pelas pesquisas de opinião, como uma das mais confiáveis junto à Sociedade!
Eu não sabia que as manchetes poderiam chegar a tal ponto: “Exército pede perdão à Providência”; “Juíza manda Exército sair da Providência”; “Militares matam covardemente jovens da Providência”.
Vejo uma verdadeira articulação por trás disso tudo. Eu me pergunto, por que a mídia pode chegar a esse ponto? Acredito numa verdadeira orquestração e, pior, esses profissionais de comunicação estão dando um tiro no próprio pé e outro no coração da nação brasileira.
A patriótica declaração do General-de-Exército Augusto Heleno contra a demarcação contínua da Reserva Raposa / Serra do Sol e a ineficaz Política Indígena desencadeou uma série de acontecimentos tentando desmerecer o nosso Exército.
Primeiro foi a participação, em um programa de televisão, de dois sargentos homossexuais denegrindo as Forças Armadas e fazendo acusações a seus superiores, impactando algo que é basilar na carreira, ou seja, o princípio da hierarquia e da disciplina. Depois, a divulgação maldosa sobre a morte de um cadete da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em conseqüência de um treinamento de resistência, que é comum e faz parte do programa de formação do Oficial do Exército. Agora, a morte de três rapazes do Morro da Providência, executados por assassinos frios, mas com a participação de militares do Exército.
Nesse exato momento em que tudo isso está ocorrendo, coincidentemente, há um reclamo para o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar, imediatamente, sobre a decisão de se demarcar, em terras contínuas ou não, a Reserva Raposa / Serra do Sol.
Vejam que isso tudo é assintomático. A estratégia da Guerra de 4ª Geração está sendo aplicada, para se obter resultados que não se sabe a quem interessa, enquanto brasileiros.
O desmanche da família, o descrédito de instituições sérias, como são as Forças Armadas e outras, a destruição da Igreja, o recrudescimento de diferenças entre brancos e negros, através de cotas raciais para o ingresso em universidades, o confronto entre índios e agricultores, e agora Exército Brasileiro e gente humilde, em conseqüência de uma atitude isolada e imatura de um jovem tenente e seus subordinados.
O Brasil que minha geração conheceu, ainda nas aulas de História e Geografia dos antigos Cursos Primário e Ginasial, se caracterizava pela união entre brancos, negros e índios. Por que há tanto interesse em desagregar a Nação?
Vejam que, no caso da morte dos rapazes da Providência, não se fala mais que dois deles já tinham passagem na polícia, que somente agora a polícia inicia as buscas para a captura dos verdadeiros assassinos e, o mais interessante, não se revelou para a Sociedade, após o depoimento do Tenente Vinícius, qual foi o grau de desacato dos rapazes da Providência à patrulha militar.
Para o Tenente Vinícius e os demais militares tomarem certas atitudes, após uma noite de serviço e cansados, é porque, naturalmente, os rapazes assassinados, após virem de um Baile Funk, não se sabendo como poderiam estar seus estados alterados de consciência, em conseqüência de bebida alcoólica ou outras, devem ter desrespeitado os militares, bem como maculado a imagem do Exército Brasileiro.
Tenho certeza que se deparassem com uma patrulha da Polícia Militar (PM), não teriam desacatado os policiais, por saberem o seu elevado grau de truculência. Em se tratando de militares, e cientes que são disciplinados e obedientes aos regulamentos, acharam que poderiam retrucar, podendo, no máximo, acontecer um auto de prisão, com a seguida soltura, retornando a sua Comunidade como heróis.
Infelizmente, foi uma avaliação “burra”, pois estavam se defrontando com rapazes de suas idades e com a “libido” aflorada como as deles.
Um tenente de 24 anos, recém-formado, com todos os valores nacionais introjetados em si, um verdadeiro guerreiro, com “faca na boca” e, mais do que isso, vergando com orgulho o uniforme do Exército Brasileiro não iria permitir que qualquer um lhe desrespeitasse e muito menos a Instituição a que pertence. Talvez outros militares, pela formação, fizessem o mesmo, ou seja, prendessem os infratores.
A aplicação de um corretivo, por sua conta, muito usado por cadetes veteranos das Escolas Militares, não foi dimensionado, pelo oficial, como uma conseqüência nefasta, principalmente quando pediu auxílio a traficantes de facção contrária aos jovens da Providência. Aí foi o erro de grave proporção que, com toda certeza, receberá punição exemplar.
Mas, a partir daí, os holofotes, provenientes de correntes que querem desestabilizar nossas instituições, focaram o Exército Brasileiro.
Quando se vê autoridades e organizações em prol dos direitos humanos desfilando no Morro da Providência, utilizando-se de uma mídia espúria e manuseando a externação de “inocentes úteis”, como os moradores daquela Comunidade, ressoando, como palavra de ordem, “a retirada do Exército”, é nítida a orquestração oportunista em manchar uma instituição séria e querida pela população.
Como se fossem meretrizes de cabarés, ao verem a virgem desnuda, tocam pedras e acusações por algo isolado e que será reparado.
Quando um dos jornais anuncia a “frieza do Tenente”, diante da leitura do seu depoimento e externa com suas palavras: “É isso. Só corrige duas vírgulas”, o oficial estava tendo a coragem de avocar para si a culpa. Como mais antigo e comandante da patrulha militar, assumia a responsabilidade. Essa atitude mostra para que foi formado. Esse é o posicionamento do verdadeiro líder militar, que, no fundo, é uma mística incompreensível para o medíocre analista, classificando tal atitude de “frieza”.
Muitos que estão indo à passarela da Providência e já foram envolvidos em escândalos, não tiveram essa altivez. A culpa nunca foi deles, mas sim de assessores ou atribuíam as acusações à perseguição política da oposição.
São falsos moralistas, tentando tirar “casquinha” do Exército Brasileiro, dando “tapas” em todas as direções, através de elocubrações as mais estúpidas. No entanto, acovardam-se não se apresentando como relatores de CPIs, com o fim de averiguar autoridades públicas com desvios de conduta, as quais são verdadeiros Al Capones da Sociedade Carioca. Felizmente, viram-se ainda observações sensatas, por um número diminuto de homens públicos, entendendo que a ação era isolada, não significando tratar-se de um ato da Força Terrestre.
Esse é o cenário que se está vivendo, onde as Forças Armadas, guardiãs dos interesses nacionais, são apedrejadas pela “maquievelice” de atores que nada têm a ver com os destinos do País.
Tenho certeza que o silêncio e a observação será a postura inteligente do nosso Exército Brasileiro. O sábio procede dessa forma, tornando-se sóbrio diante do pecador intoxicado de ódio.
Para quem não sabe, os militares da Nação Brasileira têm suas origens nas liturgias da Cavalaria Templária, que atravessando a Epopéia da Ordem de Cristo, traduzida pelas grandes navegações portuguesas do século XVI e pelas penetrações, em nosso território, com as expedições das entradas e bandeiras, culminaram nas Forças Armadas, cuja História do Brasil registra as mais belas páginas de um passado repleto de heroísmo e honradez.
Portanto, não serão articulações etéreas e virtuais que irão abalar algo de real que denota o orgulho da nossa gente brasileira, provedora das fileiras castrenses.
O nosso povo jamais se deixará enganar por propagandas nocivas, já que divisa, através do emaranhado difuso programado, o fulgor do Panteão de Caxias.
Para finalizar, conclamo a lavra do escritor, com tendência poética e filosófica, sobre o Brasil e as Forças Armadas:
"É a nação abençoada, onde os militares organizam-se em cruzadas religiosas, trocando a espada da morte pela paz do espírito, o manual de guerra pelo Evangelho do Cristo, porém oferecem suas vidas em intenção à ordem e à soberania nacionais. Avante, pois, Brasil, Terra da Promissão".
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