domingo, agosto 10, 2008

CRIME E RECOMPENSA

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Braço direito de ministra vai para o Conselho Fiscal do BNDES

Erenice vai receber R$ 3.500 por uma reunião por mês

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Responsável por coordenar a montagem do dossiê com informações sigilosas sobre gastos da família FHC, a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, vai assumir nos próximos dias uma vaga no Conselho Fiscal do BNDES, o que lhe garantirá renda extra de R$ 3.500 para participar de uma reunião por mês.

A vaga é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, mas a Folha apurou que a sugestão do nome dela partiu da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), de quem Erenice é a principal subordinada. A indicação também tem a chancela do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem cabe nomear os conselheiros.

Nos últimos três dias, a Folha buscou confirmar com a Casa Civil, o BNDES e o Desenvolvimento quando foi feita a indicação. Não obteve resposta.

A secretária entrará na vaga de Cesar Acosta Rech. O mandato é de dois anos. O Conselho Fiscal do BNDES tem três representantes. Dois são indicados pelo Desenvolvimento e outro, pela Fazenda.

Além do salário de R$ 3.500 para participar de uma reunião por mês, os conselheiros também recebem reembolso das despesas de locomoção e hospedagem -as reuniões são no Rio. A atribuição do conselho é analisar as contas do banco.

Na Casa Civil, o salário de Erenice é de cerca de R$ 8.400. Ela também está no conselho de administração da Chesf, com salário de R$ 2.500, desde 2005. Erenice integrava o Conselho Fiscal da Petrobras, mas seu mandato se encerrou agora em abril e não será renovado.

Para a oposição, o governo tenta fortalecer Erenice porque a sua demissão seria confissão de culpa. "Isso [a indicação] mostra como ela é de confiança e como há preocupação com ela no governo. A participação nesses conselhos é uma forma de aumentar o salário de alguns servidores. Ela deveria é ser demitida e não receber "promoção'", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).
A Folha procurou Erenice por meio de sua assessoria, mas ela não se manifestou.

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