sexta-feira, agosto 08, 2008

TOLO E ARROGANTE EM ROTA DE COLISÃO

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TURMA GENERAL EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI.
General Marco Antonio Felício da Silva

Diz um velho adágio popular chinês que tolo e arrogante é todo aquele que fala, deleitando-se ao ouvir a própria voz e palavras, muito embora, ferindo ouvidos e sentimentos alheios. Tal adágio bem traduz a imagem que guardo do Sr. Nelson Jobim desde a época em que os jornais publicaram ter ele confessado a introdução, sem o conhecimento de seus pares, após a aprovação da Constituição de 88, de texto de sua lavra. Não foi, pois, sem surpresa, que o vi guindado à posição de Ministro da Defesa, ainda mais, segundo o noticiado, contrariando a sua vontade.

Entretanto, como neste governo tudo é possível, essa nomeação colocou o Ministério da Defesa como moeda de troca em famigerado balcão político, objetivando fortalecer a base política do Presidente com o apoio do PMDB, substituir um ministro totalmente incapaz em meio a severa crise e, possivelmente, construir, fora do PT, desgastado pela corrupção que envolve seus principais quadros, futura candidatura presidencial com o suporte da "máquina" governamental e do presidente, incluso seus poderosos currais eleitorais, alimentados pelo "bolsa família".

Recentemente, foi lançado pelo governo, através da Secretaria de Direitos Humanos, o livro "Direito à memória e à verdade", elaborado pela Comissão de Mortos e Desaparecidos, ambas chefiadas por ex-ativistas políticos, partícipes da subversão comunista nas décadas de 60/70, revanchistas que nomeiam como criminosos os militares que combateram a subversão armada, pedindo a abertura de processos contra os mesmos. Nessa ocasião, o Sr. Jobim afirmou que "Estamos num processo efetivo de conciliação e as Forças Armadas Brasileiras recebem este ato como um ato absolutamente natural. Não haverá individuo que possa a isto reagir. Se houver, terá resposta".

Novamente, tolo e arrogante! Primeiramente, somente um indivíduo medíocre de inteligência poderá ver neste ato de puro revanchismo e desmoralização dos militares e das FA, algo de conciliação e de natural. E, aqui, não nos referimos aos familiares presentes que, sem qualquer viés ideológico, querem por fim a sua dor. A ausência dos comandantes militares, qualquer que seja a razão alegada, mostra que eles não participam do sentimento do Sr. Jobim e sim encarnam o verdadeiro sentimento reinante nas Forças, contrário a qualquer revanchismo ou denegrimento dos militares e favoráveis a verdadeira integração da sociedade brasileira, da qual nunca estiveram apartados, tendo delas, em qualquer pesquisa de opinião, os mais elevados índices de confiabilidade. Aliás, como poderia o Sr. Jobim, estando Ministro por tão pouco tempo, sem conhecer, mesmo superficialmente a Instituição Militar, representá-la em seus mais nobres e arraigados sentimentos?

O Sr. Jobim deve entender que os termos "indivíduos e bandos" não são de uso normal entre os militares. Usamos principalmente o "nós", que melhor representa o trabalho em equipe, a unidade de doutrina e de procedimentos, respeitando a hierarquia e a disciplina sem subserviência e de forma consciente. A autoridade militar não é imposta por ameaças. É exigida no dia a dia, pela presença, pelo exemplo, pela competência profissional, pela afetividade para com o subordinado, que não comporta o sorriso fácil, descompromissado e cretino, tão comum entre os políticos. No caso em tela, a arrogância da ameaça a nada leva senão à rota de colisão.

Também, ao contrário do que afirmou o Sr. Jobim, durante a entrega do Espadim de Caxias aos novos cadetes, na Academia Militar, em 25 de agosto, não existe uma nova mentalidade militar, naquilo em que ela é básica e imutável. A nossa maneira de pensar, agir e julgar sempre se fundamentou e se fundamenta, principalmente, no servir à Pátria, defendendo, sobretudo, os interesses da Nação, privilegiando a liberdade e a soberania do nosso País.

Se o Sr. Jobim tivesse prestado mais atenção ao nome da turma e tudo o que este nome representa para os militares de ontem e de hoje e para o nosso País, lembrando o combate àqueles que desejavam a implantação, aqui, de ditadura comunista, escolhido pelos jovens cadetes, e não se deleitado com a própria voz, não teria sido tão tolo em falar em nova mentalidade militar.

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