sábado, agosto 09, 2008

HOJE TEMOS VERGONHA DE OLHAR NOSSOS HOMENS PÚBLICOS

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Havia naquela época uma outra ética. Não digo que não tenha havido alguns deslizes por parte de algum militar, mas se houve, foram casos atípicos. Hoje faltam, ética, caráter e honestidade com a coisa pública. As nossas Instituições estão desmoralizadas. Nossos Presidentes militares honraram o Brasil e as Forças Armadas. Qual deles enriqueceu a custa do erário público ou durante seus mandatos presidenciais? Foram homens que assumiram os cargos como se estivessem assumindo uma missão nobre. Ninguém, nem nossos algozes, levantaram nada que pudessem denegrir a honra dos cinco generais Presidentes. Governaram sem mensalões, sem cartões corporativos, sem "aloprados", nem "quadrilhas" que lhes cercavam, agindo sempre em prol apenas dos interesses do Brasil. Na época, o vermelho ainda não havia sido adotado nas marcas governamentais e as instituições se faziam respeitadas. Havia SEGURANÇA E DESENVOLVIMENTO; ORDEM E PROGRESSO. O nosso Povo era feliz e não sabia.

DEPOIMENTO DE UM EX-AJUDANTE DE ORDENS DO PRESIDENTE COSTA E SILVA

Alguns meses antes da revolução de 1964, o Costa e Silva, como diretor do Departamento de Produção e Obras do Exército, realizou uma licitação para comprar fuzis para o Exército que, até então, usava os antiquados fuzis Mauser modelo 1908. A licitação incluía a obtenção da licença de fabricá-los no Brasil. Venceu uma empresa belga, representada no país pelo Sr. Antenor Mayrink Veiga, um financista e membro da alta roda da sociedade de então, casado com a Sra. Carmem, deslumbrantemente linda na época.

Chamou-me o general:

- Capitão, vá à casa do Sr. Antenor quando puder fazer contato pessoal com ele e com a mulher dele, juntos. Entregue isso aqui a ele, diga que não aceito presentes, diga que ele escale uma pessoa de sua empresa para ser a única que faça contatos com o Exército, diretamente com o coronel X, e nunca comigo. Arranje um jeito de dizer a ele que nem ele nem sua esposa devem se aproximar de mim ou de outro qualquer parente meu, nos âmbitos profissional e social, sob pena de eu anular essa merda de licitação, que ficará "no vinagre" por mais um ano até eu avaliar o comportamento da empresa belga e de sua representação no Brasil. Nem telefonicamente eu quero ter contato com o casal, nem eu nem Yolanda (esposa do Costa), motivo por que o estou escalando para efetuar a devolução. Não comente isso com ninguém, com ninguém, entendeu?

Em seguida me entregou uma caixa forrada de couro negro por fora e de veludo verde por dentro. Em seu interior havia uma pistola 9mm folheada a ouro. Só não era toda de ouro porque esse metal não suporta as temperaturas advindas do uso da arma com sucessivos tiros.

A casa do Antenor ficava na estrada das Canoas, em São Conrado, Rio. Linda, luxuosa, como sua linda mulher, meio magrela, alta, porém linda. Os dois, educadíssimos, trocaram olhares quando passei o recado do general, acompanhado da solicitação para que ele nem tentasse entrar em contato com o Costa. Eles me agradeceram (não sei bem o quê), ofereceram um uísque (polidamente recusado sob alegação de um outro compromisso para o qual já estava atrasado), me levaram até a porta dispensando o serviçal.

Em outra ocasião, logo após a revolução, recebi, eu e o Cap Vale, o outro ajudante de ordens, cartões das empresas aéreas para sacar bilhetes nacionais e internacionais para qualquer parte do mundo, remetidas pelo DAC, órgão subordinado ao Ministério da Aeronáutica. Fomos entregar os cartões a ele, que os recebeu sem qualquer outro comentário, mas pediu que completássemos uma ligação para o Ministro da Aeronáutica, brigadeiro Mello (ele era Ministro do Exército) e disse:

- Podem se retirar ...

Não ouvimos a conversa dele com o brigadeiro e ele nunca mais tocou no assunto.

Não estou dizendo que não existam militares corruptos ou que todos saibam se portar com dignidade no exercício de suas funções; mas enquanto isso, o Lulinha, os cartões corporativos e seus detentores, bem, você sabe.

Mirem-se nos exemplos dos Marechais Eduardo Gomes e Castelo Branco. O primeiro, logo depois da Segunda Guerra Mundial, recebeu de presente dos nossos "amigos" do Norte, um "Cadillac" ultimo tipo e imediatamente ordenou: "Repinta e incorpora". (Brasil acima de tudo.Por Ronaldo Schlichting)

O segundo, já como Presidente, ao tomar conhecimento de que seu irmão, funcionário publico da Receita Federal, recebera de presente um Aero-Willis (carro famoso da época) o demitiu sumariamente e o ameaçou de prisão caso não devolvesse o mimo.

Mas, se por acaso os exemplos acima citados ainda não forem convincentes temos outro, dado por um grande General norte-americano. Em janeiro de 1945, o General Eisenhower, comandante das forças aliadas, ordenara ao US Army e à sua Força Aérea conceder dez dias de licença aos veteranos em combate. O próprio Eisenhower envolveu-se na escolha dos hotéis para seus soldados. Ao divisar uma grande villa durante um cruzeiro ao redor da ilha de Capri, perguntou: "De quem é?". "Sua, senhor", foi a resposta. Os ajudantes de ordem já haviam tomado as providências. "E aquela?", perguntou o General, indicando com a cabeça uma outra villa. "Do General Spaatz", foi a resposta. "Uma ova, essa villa não é minha e aquela também não é do General Spaatz! Nenhuma delas pertencerá a nenhum General enquanto eu for Chefe aqui. Elas têm de ser usadas como centros de repouso - para combatentes - e não como parques de diversão de oficiais". Era sério. Quando retornou, telegrafou para Spaatz: "Isto é contrario à minha política e deve cessar imediatamente". Resultado: Roma, Nápoles e Capri hospedaram milhares de soldados no final da II Guerra no Velho Continente.

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