quinta-feira, agosto 14, 2008

Uma grave crise e de abrangência global

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Eugenio Hackbart

Uma criança faminta rasteja por um campo do Sudão enquanto é observada por um urubu que espera a sua morte para poder devorá-la. A imagem feita pelo fotógrafo sul-africano Kevin Cartner em 1993, publicada pela primeira vez no New York Times, é uma das mais famosas do jornalismo moderno e recebeu o prêmio Pulitzer. As premiações, entretanto, são secundárias diante do poder do fato retratado.

A imagem é tão perturbadora que um ano depois, em profunda depressão, o jornalista suicidou-se. Antes de morrer, atormentado, Cartner teria dito que "um homem ajustando suas lentes para tirar o melhor enquadramento de sofrimento talvez também seja um predador, outro urubu na cena".

A humanidade está na iminência de enfrentar o mesmo dilema do fotógrafo.

Assistirá silente a ameaça da fome consumir milhões mais ou agirá para evitar um desastre maior. O Correio do Povo deste domingo abre sua edição com a manchete de capa: "Alimentos viram tragédia mundial". O mundo testemunha uma reviravolta dramática no debate das suas prioridades à medida que os preços dos alimentos disparam.

O que eu, você e bilhões de pessoas estamos sentindo no bolso, de repente suplantou o aquecimento global, valendo-se da expressão de Al Gore, como a maior emergência planetária.

A alta extraordinária dos alimentos forçou governos a suspender exportações de grãos, fez supermercados norte-americanos racionarem a venda de arroz e ainda provocou distúrbios de rua em diversos países. Para três bilhões de pessoas que sobrevivem com menos de dois dólares por dia, a agora chamada crise global dos alimentos é um "tsunami silencioso", nas palavras da ONU, gerando temores sobre fome e sofrimento.

Neste contexto, o equilíbrio do clima torna-se ainda mais crítico à medida que eventos extremos como enchentes e secas em países grandes produtores de grãos podem agravar um quadro já delicado. A crise é complexa e grave e na minha coluna deste domingo no jornal ABC Domingo (abaixo) ofereci algumas modestas idéias sobre este novo desafio que se impõe à humanidade.

Crise dos alimentos

27 de abril de 2008

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