quinta-feira, agosto 14, 2008

Partidos apóiam general

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Coluna Publicada em: 19/04/2008

As críticas do general Augusto Heleno Ribeiro Pereira à política indigenista do Governo foi apoiada ontem por partidos de oposição e até mesmo da base aliada. Comandante militar da Amazônia, o general, inconformado com a demarcação em área contínua e de fronteira da reserva indígena Raposa Serra do Sol, chamou a política de "caótica" e "lamentável".

Em nota, o presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), cobrou "medidas efetivas contra o clima de quase insurreição que temos vivido". De acordo com o deputado, "a pretexto de transformar tribos em 'supostas nações independentes', ONGs estrangeiras interessadas em consolidar a invasão do território nacional, agem livremente na reserva, que faz fronteira com a Venezuela e a Guiana".

Segundo o deputado, o Governo deveria levar em conta a advertência do oficial. Mas, ao contrário disso, exige que o general Heleno explique afirmações "feitas com base em fatos e informações incontestáveis". "Com o pedido de explicações, o Governo busca intimidar, ameaçar e silenciar o comandante militar da Amazônia com o objetivo de enfraquecer a posição de todos os que defendem a revisão da política indigenista do Governo, porque ela implica ameaça à segurança nacional".

Integrante da base governista, o PDT defendeu, em nota, "uma criteriosa revisão da política de demarcação de reservas indígenas, conciliando o direito constitucional dos índios, que conta com nosso apoio e reconhecimento, com o irrenunciável dever de defesa da soberania nacional e integridade territorial do Brasil".

Assinada pelo presidente nacional do partido, deputado Vieira da Cunha (RS), a nota diz ainda que a criação de reservas indígenas de grande extensão "pode facilitar a atuação de organizações criminosas, internacionais e atividades econômicas clandestinas, sem contar o risco de surgimento, no futuro, de movimentos separatistas danosos à integridade territorial do nosso País". As críticas do general, em palestra no Clube Militar, quarta-feira, no Rio, tinham argumentos semelhantes.

Mais cedo, em entrevista, Vieira da Cunha defendeu explicitamente o comandante militar da Amazônia. "Não vi insubordinação nas declarações do general Heleno. Ele foi sincero, mas também respeitoso", afirmou.

No Senado, o líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), apresentou requerimento para que o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, seja convidado a falar, em sessão reservada da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, sobre a política indigenista brasileira.

Num primeiro momento, Virgílio criticou as declarações públicas do general. Anteontem, afirmou que "preza e respeita" o general. Virgílio, no entanto, acredita que o militar errou ao fazer suas críticas publicamente. "Não estou defendendo o Governo Lula, que não tem autoridade e se pela de medo das casernas. Mas considero que um general da ativa deveria se abster de opinar sobre essas questões".

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