Por Rebecca Santoro
Fonte original: Jornal da Globo
O “mimo” oferecido pelas centrais sindicais aos nobres parlamentares saiu pela bagatela de R$ 17 mil reais, com direito a canapés e a bebidas que incluíam whisky 12 anos e vinho espumante. Não é pra menos. Os sindicatos, agora, manipulam dinheiro pago, obrigatoriamente, pelos trabalhadores e aquilo que lhes é repassado pelo Estado, sem ter que dar a menor satisfação ao TCU (Tribunal de Contas da União), graças ao veto do presidente Lula ao item da lei de regulamentação que discorria sobre essa devida satisfação. Os sindicatos fiscalizarão a si próprios... Precisa dizer alguma coisa?!
No salão negro do Congresso Nacional, os sindicalistas promoveram farta distribuição de diplomas para homenagear deputados e senadores, incluindo os presidentes da Câmara e do Senado. “Aqui é que vota (sic) e nós precisamos ganhar também a opinião no Congresso Nacional. Nada melhor do que homenagear com bebida e comida, e é isso que estamos fazendo" declarou ao Jornal do Globo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.
Houve no Congresso quem se manifestasse contrário à festa. Para o senador do PSB, Renato Casagrande, por exemplo, que inclusive é da base governista, tratou-se de um equívoco: “É possível, é direito, é legal esse tipo de gasto? Acho que essa fiscalização externa (que seria a do TCU) é que iria dizer de fato e nós não ficaríamos nessa especulação". Na opinião do deputado Júlio Delgado (PSB), “o trabalhador merece outra atenção por parte das Centrais Sindicais com o dinheiro fruto da contribuição sindical”.
Hoje à tarde, o deputado federal Rodrigo Maia, presidente do DEM, entrou com ação no Supremo Tribunal Federal contra o repasse de dinheiro para as Centrais Sindicais aprovado pela nova regulamentação. Ele declarou à imprensa que “não há autorização constitucional para esse repasse para as Centrais Sindicais”.
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