quinta-feira, agosto 14, 2008

'Fazendeiro' Beira-Mar mantém estrutura do tráfico no Paraguai

VISITE O SITE IMORTAIS GUERREIROS

Domingo, 10 fevereiro de 2008

http://www.estado.com.br/editorias/2008/02/10/cid-1.93.3.20080210.25.1.xml

Na Fazenda Campanaí, a 18,8 quilômetros da fronteira de Aral Moreira (MS) com a cidade paraguaia de Capitán Bado, 4 mil cabeças de gado continuam espalhadas no pasto e 8 mil tilápias, no lago artificial. São a parte visível de um esquema criminoso que continua intacto, apesar do esforço de policiais, procuradores e da Justiça Federal. As criações de gado e peixes são fruto direto do tráfico de drogas para o Brasil, em especial para o Rio. A fazenda - com pista de avião de 1 quilômetro, piscina e ampla casa - pertence a Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, preso na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

A parte oculta desse esquema só é revelada esporadicamente. Como na apreensão pela Polícia Federal, em 10 de dezembro, de 20 toneladas de maconha, saídas do Paraguai em uma carreta com carvão. Ela seria distribuída entre traficantes de São Paulo, Rio e Minas, num “consórcio” capitaneado pelo grupo de Beira-Mar. Com o consórcio, os bandidos não só barateiam o preço pago aos produtores, como repartem o custo - e riscos - do transporte. A droga foi apreendida quando era descarregada, num sítio de Conceição das Alagoas (MG).


Apesar de bem-sucedida, a operação representou uma gota d’água no oceano. Os traficantes brasileiros, Beira-Mar à frente, trazem para o País cerca de 80% das 12 mil toneladas anuais de maconha produzidas no Paraguai.


Se dependesse da Justiça brasileira, a fazenda e os animais de Beira-Mar no Paraguai estariam confiscados. Em novembro, graças à Operação Fênix, realizada pela PF de Curitiba e Brasília com a Procuradoria da República, o seqüestro dos bens do traficante foi determinado pela 2ª Vara da Justiça Federal no Paraná. O pedido foi enviado ao Judiciário paraguaio, que não deu resposta oficial. Procurada pelo Estado, a Fiscalía General, o Ministério Público do Paraguai, não soube informar o que ocorreu com a solicitação.

'Filho loiro' assume comando após prisão da mulher de Beira-Mar

Liberado pela PF por falta de mandado de prisão, Marcelinho Niterói refugiou-se na Mangueira

Marcelo Auler

http://www.estado.com.br/editorias/2008/02/10/cid-1.93.3.20080210.28.1.xml?

Assim como a Estância Campanaí com as cabeças de gado e tilápias, a estrutura montada por Fernandinho Beira-Mar para trazer maconha e cocaína para o Brasil sobreviveu à prisão do chefão, detido desde abril de 2001, e de 24 integrantes do bando, ocorrida em novembro, na Operação Fênix. A renovação foi rápida. Hoje a quadrilha é liderada por aquele a quem Beira-Mar chama de “filho loiro”: Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói. Fernandinho fica por trás das operações, como um fiador, graças à sua “grife”.


“Beira-Mar já tem nome”, diz, sob o compromisso de anonimato, um dos cinco procuradores federais do Paraná que assinaram a denúncia enviada à Justiça após a Fênix. “Consegue droga ‘em consignação’, mesmo sem dinheiro.”


O pior é que Beira-Mar nem precisa usar o “bom nome” na praça. Pela simples razão de que lhe sobra dinheiro. Nas 34 buscas realizadas na Fênix foram apreendidos US$ 134,4 mil e R$ 52 mil. Valores modestos, por exemplo, perto do que Beira-Mar e comparsas são acusados de movimentar num único processo que corre na 3ª Vara Federal de Campo Grande: R$ 12 milhões, em apenas dois anos.


A PF não encontrou maiores pistas de onde Beira-Mar investiu a bolada do tráfico. Ainda que, na Fênix, tenha prendido pessoas importantes da quadrilha, como a mulher do chefão, Jaqueline de Moraes Costa, e o irmão dela, Ronaldo. Os dois chefiavam o grupo desde o desaparecimento, em junho, do advogado João José de Vasconcelos Kolling - ele é dado como morto, após ter sido flagrado dando um desfalque no “patrão”.


Mas a PF passou longe dos paraguaios da quadrilha. Entre eles estão Nestor Baez e Nelson Mendonza, o Tio Nelson. Segundo a denúncia da Fênix, eles repassam ao bando a cocaína recebida de Barrancominas, região colombiana onde Beira-Mar se escondeu nos anos 90, abrigado pelos narcoterroristas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).


A polícia tampouco prendeu o “filho loiro” de Beira-Mar, que, segundo a denúncia dos procuradores, era o “gerente financeiro da organização” até a Fênix lhe abrir o caminho para o comando. Marcelinho chegou a ser detido no Paraguai duas vezes, a última em julho, num carro com três comparsas, que levavam armas pesadas. O porte dessas armas lá é um ilícito mais leve que no Brasil, punido com multas. Marcelinho foi, então, entregue à PF, que o soltou, alegando que ele já havia cumprido suas penas e não existia mandado de prisão contra ele. Refugiou-se no Morro da Mangueira, Rio, de onde saiu antes da operação que destruiu um bunker do tráfico, em janeiro.


Marcelinho acompanhava as andanças de Beira-Mar no Paraguai desde meados dos anos 90. O chefão refugiou-se em Capitán Bado - vizinha de Coronel Sapucaia (MS), apontada como a cidade mais violenta do Brasil na última edição do Mapa da Violência - em 1997, após escapar da carceragem do Departamento Estadual de Operações Especial (Deoesp), em Belo Horizonte. Aliás, escapar não é bem o termo. Beira-Mar saiu pela porta da frente.


Quem abrigou o chefão em Capitán Bado foi seu então fornecedor de maconha, João Morel, brasileiro radicado havia anos no Paraguai. Hospitaleiro, ofereceu-lhe a casa da amante, Terenzia. “Beira-Mar descobriu que a polícia, o juiz e o fiscal (promotor), todos eram baratos”, afirma o ex-governador da Província de Amambay, Roberto Acevedo. “Ele trouxe os pretinhos que andavam com armas pesadas em caminhonetes, engravidavam as meninas, davam presentes e faziam festas.”

Beira-Mar descobriu também que o apetite dos traficantes locais era pequeno perto do seu. Só existia a venda de maconha, feita por um grupo de “bons companheiros”: Morel e os filhos (Ramon e Manoel), Magno Rios, Lino Palácios, Quelká Sanches e o brasileiro Carlos Cabral, o Líder Cabral. “Com Beira-Mar começou o tráfico de cocaína pelo Paraguai. Ele passou a trazer a droga da Colômbia e outros o seguiram”, diz Acevedo. Entre os seguidores, outros brasileiros, como Jarvis Pavão, Erineu Soligo e Luiz Carlos da Rocha - hoje donos de fazendas perto da Campanaí.


Beira-Mar quis dominar o tráfico local de vez e deu início a uma guerra. A seu mando foram mortos João Morel, executado na Penitenciária Estadual de Mato Grosso do Sul, e os filhos. Também ordenou uma emboscada para matar Cabral. O bandido escapou, mas perdeu o filho de 3 anos, e jurou vingança.


A concentração de traficantes na fronteira atraiu a atenção da PF. Em fins dos anos 90, agentes brasileiros e a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai fecharam o cerco ao chefão.Beira-Mar mudou-se para a selva colombiana, em 1999. Lá foi preso, em abril de 2001, nos domínios das Farc.


Desde então, Beira-Mar já rodou por oito cadeias de vários Estados. O que não o impediu de continuar tocando seus negócios - na maioria das vezes, usou celulares ou bilhetes entregues a visitas, os “telegramas”. Graças a grampos de telefonemas, a polícia descobriu detalhes da organização. “Eram dois grandes grupos independentes”, diz a denúncia da Procuradoria. O primeiro era composto por Alexsandro Cardoso, o Tarta, já morto, e por Ubiratã Brescovit, o Boticário. Piloto, Brescovit cuidava do transporte e arranjava fazendas para o pouso dos dois aviões desse núcleo da quadrilha. O outro grupo, chefiado pela então estrela ascendente Marcelinho Niterói, tinha direito a um avião.


Aos grupos de Tarta e Marcelinho cabia ainda outra incumbência. A compra da “vacina” - a lidocaína e cafeína usadas para “batizar” a cocaína, aumentando a quantidade para revenda.

O vaivém de Beira-Mar

http://www.estado.com.br/editorias/2008/02/10/cid-1.93.3.20080210.29.1.xml

22 de junho de 1996: é preso em apartamento em Belo Horizonte.


26 de março de 1997: foge, pela porta da frente, de uma prisão em Belo Horizonte.

Muda-se para Capitán Bado, no Paraguai.


Setembro de 1997: aluga uma casa e começa a chamar parentes e amigos para a cidade.

Fim de 1999: é localizado em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Militares paraguaios invadem sua casa e, por engano, prendem seu filho. Beira-Mar foge para uma área controlada pelas Farc na Colômbia.


21 de abril de 2001: é preso pelo Exército colombiano e vai para a sede da PF em Brasília.

26 de abril de 2002: é transferido para o presídio Bangu I, no Rio.


10 de setembro de 2002: ele e Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, comandam um motim em Bangu 1 e matam 4 traficantes rivais.


27 de fevereiro de 2003: vai para a Penitenciária de Presidente Bernardes (SP).


27 de março de 2003: é transferido para a sede da PF em Maceió, onde fica pouco mais de um mês.


6 de maio de 2003: volta para Bernardes, onde fica por dois anos e dois meses em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), apesar de a legislação limitar a permanência nesse regime em 360 dias.


22 de julho de 2005: vai para a sede da PF em Brasília.


7 de outubro de 2005: vai para a sede da PF em Florianópolis.


26 de novembro de 2005: retorna à PF de Maceió.



25 de março de 2006: volta à sede da PF em Brasília.


19 de julho de 2006: torna-se o primeiro preso do presídio federal de Catanduvas (PR).

25 de julho de 2007: é levado para o presídio federal de Campo Grande, onde está até hoje.

Tráfico usa fazendas de soja no Paraguai

Programa tocado por militares erradicou 1.500 hectares em 2007

Marcelo Auler

http://www.estado.com.br/editorias/2008/02/10/cid-1.93.3.20080210.30.1.xml

Maior produtor de maconha na América Latina, o Paraguai promete cortar o mal pela raiz. “Queremos atingir o bolso dos traficantes, causar prejuízo cortando a produção deles”, diz o tenente da Marinha Oscar Chamorro, comandante do Grupamento de Operações Especiais da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad). Em janeiro, o grupo passou oito dias derrubando plantações de marijuana na região de Pedro Juan Caballero - o Estado acompanhou uma dessas operações, no dia 31.


As estimativas são de que, no Paraguai, 6 mil hectares de terra são utilizados no plantio da maconha. Cada hectare, segundo cálculos oficiais, produz 3 toneladas por ano, o que significa um total de 12 mil toneladas. Cerca de 80% da produção tem destino certo: o Brasil.


O programa de erradicação do plantio de maconha começou em 1994, com a ajuda da Polícia Federal brasileira. Na Operação Aliança, o Brasil entrava com mão-de-obra especializada na localização dos plantios, helicópteros e combustível. Pagava até a diária dos paraguaios que cortavam arbustos, muitas vezes com verbas dos Estados Unidos. O convênio durou até 2004, quando um helicóptero brasileiro caiu, causando a morte de um agente federal.


Desde então, a Senad está à frente do trabalho. Não é algo fácil. As plantações são feitas em lugares ermos, normalmente no meio de fazendas de soja, em áreas consideradas imprestáveis para a cultura e mantidas como reservas florestais, atendendo às exigências legais. Os traficantes muitas vezes infiltram trabalhadores rurais em fazendas alheias, para plantar maconha sem o conhecimento do proprietário no meio de enormes áreas cultivadas, nem sempre visíveis. Por isso, a primeira dificuldade é localizar essas plantações. Quando não há denúncia, o trabalho é feito por meio de sobrevôos.


Depois, há a dificuldade de se identificar o caminho por terra até as áreas de cultivo, tarefa facilitada pelo GPS. Mas não há aparelho eletrônico que ajude na hora de achar a picada na floresta que leva à plantação. O que vale é a experiência dos homens encarregados da missão.


Raramente os militares da Senad encontram resistência. Tampouco interessa a eles prender os camponeses que passam até seis meses acampados no mato cuidando do cultivo e evitando que outros traficantes roubem a droga. Por isso, ao entrar numa área de reserva, os militares dão tiros, anunciando a presença. Na operação acompanhada pelo Estado, a equipe achou 20 hectares de maconha plantada - os militares conseguiram destruir um terço disso no dia 31. O acampamento abandonado foi queimado.


“Quem entra no mato para cuidar da plantação ganha 50 mil guaranis por dia (o equivalente a R$ 20)”, diz o ex-governador da Província de Amambay Roberto Acevedo. Isso corresponde a 1,5 milhão de guaranis ao mês, mais do que o salário mínimo - 1,3 milhão de guaranis. A maior parte dos agricultores não recebe salário mínimo. Ganha 800 mil guaranis.”


Para Acevedo, não será com operações de erradicação de cultivo que se resolverá a questão. “O problema é social, de pouco apoio à agricultura, corrupção, envolvimento de políticos e de falta de funcionamento da Justiça. O Paraguai tem a maior produção de marijuana do mundo. Se marijuana fosse boa, Capitán Bado (cidade que mais produz maconha) seria a Nova York do Paraguai.”


Chamorro discorda. “Em 2007 tivemos mais de 1.500 hectares destruídos. Dez hectares, que correspondem a 30 toneladas de maconha, podem ser exterminados num dia por uma equipe. Com o corte do plantio e as apreensões nas cidades, atingimos mais de 50% da produção.”


Quem também aplaude o programa é o juiz federal Odilon Rodrigues, que, quando estava em Ponta Porã (MS), condenou diversos traficantes foragidos no Paraguai. Acabou sendo jurado de morte e hoje está lotado em Campo Grande. “Não sei se houve redução de 50%, mas a Aliança não afetou só a produção. Fez com que os traficantes se associassem para dividir prejuízos.”

Droga transgênica reduz para 90 dias tempo de cultivo

http://www.estado.com.br/editorias/2008/02/10/cid-1.93.3.20080210.31.1.xml

Na plantação de maconha, o que vale para os traficantes é a flor, onde está concentrado o tetrahidrocanabinol (THC) que lhe dá a condição tóxica. Por isso, o combate à agricultura da Cannabis sativa, nome científico da marijuana, é feito com o corte, sem ser necessária a queimada.


O fato de as plantações estarem dentro de reservas florestais ou serem mantidas próximo a plantações de soja ou de mandioca (no caso das transgênicas) impede o combate por meio do uso de pesticida, por via aérea, pois há o risco de contaminação química de toda a área.


Atualmente há dois tipos de plantação no Paraguai. A tradicional, com um cultivo de seis meses, produz a droga de melhor qualidade. Mas já existe a maconha transgênica, o skank, que cresce em três meses e, por isso, pode ser cultivada no meio de uma plantação de soja - que dura quatro meses - ou juntamente com o plantio de mandioca.


Como a produção paraguaia é quase totalmente destinada ao Brasil - para consumo interno ou exportação -, há uma grande preocupação em oferecer produto de qualidade. É a chamada “maconha do patrão”, que não admite impurezas nem a presença de sementes. Por isso, ainda no campo, antes de ser cortada e prensada, a maconha é peneirada.

Apreensão mostra ligação de Beira-Mar com o PCC

Para PF, convivência no presídio federal de Catanduvas aproximou chefão dos traficantes de outros Estados

Um carregamento de 20 toneladas de maconha apreendido um mês depois da Operação Fênix, em Conceição das Alagoas, a 40 quilômetros de Uberaba, em Minas Gerais, mostrou que o esquema de tráfico de Fernandinho Beira-Mar não só continuou funcionando como tem ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A apreensão foi resultado do trabalho de agentes federais de Brasília que, no Rio, monitoraram gerentes do tráfico em favelas de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Eles souberam da carga quando os traficantes compraram uma carreta para buscar, em São Paulo, parte da maconha.


Essa carga de maconha mostrou, segundo os policiais, um novo modo de atuação dos traficantes. Após diversas apreensões - em um ano e meio das investigações da Operação Fênix foram feitos 13 flagrantes, totalizando 750 quilos de cocaína, quase 4 toneladas de maconha, além de fuzis, pistolas e munição -, eles criaram um consórcio, unindo paulistas, cariocas e mineiros. Com isso, baratearam o preço e dividiram as despesas do transporte.


A carga também mostrou como o negócio é lucrativo. A maconha foi comprada a R$ 30 o quilo, na fronteira com o Paraguai. Das 20 toneladas, 11 destinavam-se a São Paulo, 5 ao grupo de Beira-Mar no Rio e o resto a Minas Gerais. Seria vendida a, pelo menos, R$ 300 o quilo.


A droga chegaria em um sítio em Cordeirópolis (SP). No Posto Maria Estela, na Rodovia Castelo Branco, policiais federais acompanharam o encontro de um homem do Mato Grosso do Sul com representantes do PCC para acertar a entrega. Lá também foram contratados os “chapas” (trabalhadores que descarregam os caminhões), que, em um Vectra, esperavam a chegada da carreta. Mas a entrega acabou sendo desviada para Minas Gerais. O delegado federal Ricardo Ruiz Silva fez a apreensão em um sítio comprado em outubro, por R$ 80 mil à vista, por dois homens vindos das cidades de Ponta Porã e Coronel Sapucaia (MS).


Para a PF, a aproximação de Beira-Mar com representantes do PCC e de outros Estados foi facilitada pela convivência dele com bandidos que não conhecia no presídio federal de Catanduvas (PR). Lá ficou confinado, por exemplo, na mesma ala de José Claudio Arantes, o Tio Arantes, de Mato Grosso do Sul, e Sidney Romualdo, paulista de Diadema. A aproximação incluiu o pagamento do aluguel de duas casas em Catanduvas para familiares de presos de outros Estados. Uma cortesia de Beira-Mar para os colegas.


A PF apurou que o chefão do Rio fez, ao menos, duas entregas em São Paulo por meio de José Juventino da Silva, apresentado por Jaqueline Kely dos Santos Arantes, filha de Tio Arantes. A primeira ocorreu na Baixada Santista. Na segunda entrega, em julho, na zona leste da capital, deu tudo errado. A polícia apreendeu 72 quilos de cocaína e 15 de maconha e prendeu Juventino. Com ele estava a picape Mitsubishi usada no Paraguai pelo advogado João Kooling, velho comparsa de Beira-Mar, antes de sumir - provavelmente executado, acusado de ter traído o chefão.

Sidney Romualdo, por sua vez, investiu na parceria com Beira-Mar. Mandou a mulher, Rosemeire Batista Freitas, vender uma casa em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, para adquirir cocaína, por intermédio do colega de presídio. Romualdo só não esperava levar um golpe do chefão. Investiu R$ 38 mil, mas a droga entregue estava batizada. Foi rejeitada pelos receptadores.

http://www.estado.com.br/editorias/2008/02/10/cid-1.93.3.20080210.32.1.xml

tp://www.estado.com.br/editorias/2008/02/10/int-1.93.9.20080210.11.1.xml


Nenhum comentário: