domingo, agosto 10, 2008

Descaminhos de uma nação

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Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva

Socióloga, Jornalista (DRT/RS 13.573), acadêmica de Direito

A questão das cotas sociais estabelecidas pelo governo parece estar gerando maior problema do que o antigo sistema de acesso à universidade através da competitividade por grau de conhecimento.

O que se viu desde os primeiros resultados de vestibulares de várias universidades públicas que adotaram os elementos de reserva de cotas para egressos de escola pública ou em razão de etnia é um foco de animosidade nunca antes verificado.

A impressão que se tem é de que o governo ao invés de estabelecer algo bom acabou criando uma rivalidade sem precedentes e que pode perdurar pelo período universitário com a discriminação dos acadêmicos sobre aqueles que ingressaram pelo sistema cotista.

O Ministério Público Federal ainda está analisando a questão, todavia as ações impetradas pelos vestibulandos que se sentem lesados já somam mais de duas dezenas e as liminares podem ser deferidas, o que garante momentaneamente a vaga.

Vivemos tempos difíceis sob o jugo de um governo democrático que impõe condutas alienígenas à sociedade brasileira. Até então, brancos, negros e ex-alunos de escolas públicas eram iguais no acesso à universidade. Quem estuda muito e sabe mais ainda, compete com melhor chance. Negros, índios ou brasileiros colocados na faixa de baixa renda podiam usufruir do mesmo espaço. Não havia diferença entre uns e outros salvo seu esforço pessoal e firme objetivo de alcançar sucesso.

A questão da ainda existente segregação por cor e classe social não será retirada da sociedade com fórceps. Imposição nesse sentido só trará ódios infames com acentuada discriminação.

As cotas também são processo indecente, tanto quanto aqueles cartões corporativos que trouxeram ao conhecimento da população o ato indecoroso de algumas autoridades. Qualquer país minimamente civilizado teria esses dirigentes imediatamente exonerados de seus cargos, com a manifestação de repúdio do chefe de governo. No Brasil "espera-se" que fulano ou beltrano entregue o cargo. Foram 75,6 milhões de reais gastos em cartões. Certamente, pelo volume de denúncias ocorridas uma boa quantidade dessa fortuna foi consumida em uso próprio sem nenhum retorno ao país. A população, no entanto, anestesiada por sabe-se lá o quê, não reage, não se indigna e tudo vai ficando por igual. Que triste fim espera esta nação a continuar este descaminho!

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