segunda-feira, setembro 29, 2008

SÓ O CAPITALISMO DERRUBA A MISÉRIA

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Por Aluízio Amorim


22.09.2008


http://aluizioamorim.blogspot.com


Diego Casagrande

Não se iludam. O que está acontecendo, na Bolívia, é o início de uma convulsão que ocorrerá, mais cedo ou mais tarde, em toda a América Latina.


Governos populistas fascistas ou comunistas e assemelhados são, a rigor, uma ucronia, ainda que perdurem, como ocorreu na ex-União Soviética, na Alemanha Nazista, em Portugal, Espanha e em toda a América Latina, nas décadas de 50 e 60. Cuba continua patinando nesse tipo de regime, enquanto o charuto não apagar.


Retomando o que afirmei na linha inicial desta análise, explico por que o continente corre o risco de entrar em convulsão social. Porque soluções populistas, com a estatização da produção e dos serviços, conduzem à estagnação econômica. O primeiro resultado disso é o aparecimento da escassez de gêneros alimentícios.


A história mostra que todos os governos que enveredaram pela estatização dos meios de produção só conseguiram se manter, através de ditaduras violentas e com a sonegação dos direitos civis, dentre eles, a liberdade de imprensa.


A América Latina da atualidade, tirante aqueles países afro-asiáticos, que vivem, ainda, no tempo do boi e do arado, é o emblema do atraso, mormente por ter dado essa guinada, extemporânea, para o comuno-populismo. Se formos analisar a história política dos países, veremos que, até hoje, o capitalismo verdadeiro não foi exercitado, por aqui, no que tange à gestão da economia, enquanto que, no âmbito da política, a democracia liberal continua sendo estigmatizada, qualificada de “burguesa”.


A conjunção desses aspectos, que estou enumerando rapidamente, já que isto demanda uma análise mais detida, mantém intocável o tipo de dominação tradicional, que se expressa pelo patrimonialismo, isto é, a confusão entre as esferas pública e privada.


Por isso, a política latino-americana gravita em torno da disputa pelo controle do aparelho estatal, ou seja, a privatização pura e simples da esfera pública. O conceito de política, para efeito desta análise e de tantas quanto se faça em relação ao seu exercício, recolho de Max Weber e se resume na luta pelo poder ou pela manutenção do poder.


O que tipifica o Estado moderno é, justamente, a separação radical entre o que é público e o que é privado. Quando estes dois territórios se (con)fundem, estamos vivendo num tipo de dominação patrimonialista.


Curiosamente, depois que todas as soluções totalitárias, à esquerda e à direita do espectro político, fracassaram, se é que ainda se possa utilizar esses dois conceitos, com base na teoria política clássica, a América Latina fez meia-volta e retornou ao século passado, época em que Muro de Berlim desabou.


E o fez, em busca de soluções para os problemas sociais que se avolumaram, principalmente, a partir dos anos 50 do século passado. Notem que são os mesmos problemas, que deram origem às ditaduras de corte fascista no continente, inclusive, no Brasil.


Essas disparidades sociais começaram a ganhar contornos mais dramáticos, na medida em que a população do continente foi crescendo, de modo a criar uma grande massa marginalizada.


A origem dessa funesta realidade está, exatamente, na ausência de capitalismo, e não, como querem os arautos do esquerdismo, que culpam o capitalismo pela miséria, que grassa pelo território latino-americano.


Ora, é, exatamente, o contrário. A falta de capitalismo verdadeiro é que abre o espaço para o deletério patrimonialismo, exercitado, historicamente, pelas elites e que agora se irradiou para toda a população, dando origem ao surgimento de governos populistas, de viés socialista, que se anunciam como salvadores dos pobres.


Para viabilizar suas promessas, estão repetindo a estratégia patrimonialista das velhas elites. Entretanto, a distribuição de renda, que prometem, passa a depender do Estado e, para isso, a solução será, sempre, aumentar o seu tamanho, à custa da expropriação dos meios de produção, que conceituam pelo eufemismo de “políticas sociais”.


No caso da Bolívia, que é um país menor e de nítidas disparidades regionais, a tentativa de desmonte do sistema de produção capitalista, para viabilizar uma espécie de “patrimonialismo popular”, chegou ao seu ponto máximo, porquanto os agentes econômicos não irão, de jeito nenhum, topar pagar o almoço grátis, prometido pelo índio cocaleiro.


O retorno à democracia no continente, a estabilidade das moedas e o controle inflacionário, decorrem, muito mais, da imposição da ordem capitalista, agora, turbinada pela globalização, do que de uma pretensa revolução social botocuda. As velhas elites dos coronéis foram, aos poucos, morrendo e seus sucessores começaram a entender que a prosperidade só acontece no jogo do livre mercado, balizado pela liberdade econômica e política.


O General golpista Hugo Banzer, com aquele seu quepe empinado e bigodinho fino, descendo o sarrafo na bugrada, já foi, há muito, substituído por jovens empreendedores, que desejam produzir, vender e ganhar dinheiro.


Ao bater de frente com essa nova mentalidade, que começa a surgir em todos os países e, inclusive, na própria Bolívia, Evo Morales será escorraçado, como qualquer tiranete que tente fazer o mesmo. Entretanto, não estamos livres da ameaça de severas convulsões, já que esses novos líderes populistas latinos conseguiram amealhar um grande apoio das massas populares, extremamente ignorantes e presas fáceis dos discursos salvacionistas.


Além de imporem um avassalador atraso político e econômico aos seus países, esses comuno-fascistas deixarão, atrás de si, um rastro de sangue e destruição.


Tomara que eu esteja completamente errado.

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