Rosemari Kalluf
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Curitiba – “A crise na Bolívia foi causada pelo centralismo crônico que domina praticamente todos os países latino-americanos. A deflagração ocorreu pelo fato de o presidente Evo Morales estar querendo piorar o quadro, transformando seu país em um modelo totalitário, fato marcado pela “aprovação” de uma nova constituição na calada da noite, sem a presença da oposição.” A declaração é de Thomas Korontai, Presidente Nacional do Partido Federalista, que revelou estar muito preocupado com o que pode acontecer daqui por diante em toda a América do Sul.
Ele se refere ao que ocorreu na Bolívia, aonde os governadores de cinco departamentos – os mais ricos da Bolívia – decidiram promover plebiscitos e referendos para que a população se manifestasse – e decidisse – sobre autonomia financeira, legislativa e direito à percepção de royalties sobre a extração e comercialização de hidrocarbonetos, a base da economia boliviana. Segundo ele, ninguém falou em separatismo.
Korontai alerta para o fato de o Governo Brasileiro ter se juntado aos demais países que formam a UNASUL, determinando apoio irrestrito a Evo Morales. “Se isso não é ingerência, então o que é?” Não se justifica isso, prossegue, “pois não se trata de genocídio e sim uma situação política interna, de ajuste de modelo de Estado provocada por boa parte da população boliviana. Um direito deles próprios, aliás, como prega a Carta dos Direitos Humanos, no que tange à autodeterminação dos povos” aponta ele.
Ele lembra que a UNASUL foi criada repentinamente, sem consultas a nenhum dos povos ora “representados” e isso abre as portas para retirar das próprias nações seu direito de autodeterminação e de resolução de seus conflitos políticos internos, seus movimentos de ajustes político-administrativos, atentando contra a própria democracia, às liberdades civis e aos Direitos Humanos. “Que tipo de integração é essa? Isso está parecendo um grande acórdão entre presidentes de uma mesma ideologia, pregando ódio aos EUA e buscando isolamento do continente, com alinhamento ao Irã e Rússia.” E então, ele pergunta: “esse tipo de atitude traz mais uma inquietante pergunta: estaria o movimento federalista e outros que se colocam contra o status quo em perigo no Brasil?”
Korontai lembra que essa situação só avança porque pequena parte da sociedade insiste em reagir apenas sobre os efeitos e não na causa primária que é o modelo de Estado que permitiu tanta concentração nas mãos de um Governo Central, que se torna refém de qualquer ideologia que lá se instale e a outra parte está inerte, embalada pelas boas noticias produzidas pelo Planalto.
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