terça-feira, setembro 16, 2008

No rumo errado

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Osmar José de Barros Ribeiro


ojbr@wnet.com.br


05/09/2008


Há algum tempo, circularam pela internet, mensagens indignadas com a matéria contida em um sítio da Câmara dos Deputados. A causa maior da indignação estava em tratar-se da mais deslavada propaganda da ideologia comunista, dirigida a crianças ainda em tenra idade.


De pronto, três constatações. Primeira, a facilidade com que matéria, por mais tendenciosa que seja, encontra guarida na página de um dos componentes do Poder Legislativo, no caso, a Câmara dos Deputados. Segunda, a inexistência de um escalão decisório e/ou fiscalizador na Mesa da Câmara que, fiscalizando a matéria a ser publicada, impeça a disseminação de propaganda política num sítio que deveria, em princípio, ser isento. Terceira, o fato inconteste de que os diferentes meios de comunicação estão profundamente infiltrados por militantes comunistas.


É verdade que, face à enxurrada de mensagens de protesto, a par de desculpas esfarrapadas da suposta responsável pela matéria, esta foi retirada “para avaliação”. De toda sorte, o mal estava feito.


Não faltará quem diga que o comunismo, enquanto ideologia, está morto e enterrado. Ledo engano! Morta, pelo menos temporariamente, está a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. E mesmo na atual Rússia, não falta quem queira ressuscita-lo, a começar pelo atual Primeiro-Ministro, antigo - e pelo visto eficiente - quadro do KGB.


Nas plagas sul-americanas, então, nem se fala!


O Foro de São Paulo, encabeçado por Fidel Castro e por Lula, encontrando pouca ou nenhuma reação ao seu objetivo principal: a criação da URSAL (União das Repúblicas Socialistas da América Latina) ou que outro nome possa vir a ter, já dita o comportamento externo e interno da maioria das nações do subcontinente. Atestam tal afirmativa, entre outros fatos, o que vem acontecendo na Venezuela, na Bolívia, no Paraguai e nos países do Cone Sul.


em nosso País, a preocupação de transformar a doutrina petista em política externa é patente, como bem assinala o professor e filósofo gaúcho Denis Lerrer Rosenfield, ao afirmar que, além de uma formulação dita anti-imperialista, voltada, na verdade, contra os EUA, ela tem uma outra face, qual seja a da colaboração com outros países a partir de uma ideologia de ‘solidariedade socialista’ relegando, a um segundo plano, os lídimos interesses nacionais. Para não nos alongarmos na defesa dessa afirmativa, citamos a vergonhosa capitulação frente à Bolívia no caso da Petrobrás e a ameaça de, em breve, o problema vir a repetir-se com o Paraguai, desta feita em torno do pagamento da energia gerada por Itaipu.


É ainda o mesmo filósofo que afirma, muito corretamente: outra vertente da mesma colocação consiste na assimilação do “politicamente correto”, feita em nome de uma suposta justiça social. E, de tal abstração, advém o irrestrito apoio governamental ao MST (sabidamente uma organização que, inclusive com apoio externo, sonha em criar aqui uma nova versão do drama cambojano) e o incremento da insana política de alimentar o surgimento, em nossa Pátria, de questão racial envolvendo índios e negros, fazendo com que corramos o sério risco de futuras lutas, internas e provavelmente externas, na defesa da integridade territorial e da soberania do Brasil.


Mas tais riscos em nada afetam o desenvolvimento de uma estratégia suicida que, calcada na política populista de um presidente verborrágico, busca, internamente, a doutrinação dos jovens e das crianças através de um ensino que, baseado em preconceitos, falsifica fatos passados e presentes, propaga o ódio entre as classes e até pretende impor-se pela violência no campo e na cidade.


É de salientar que, para facilitar tal processo, o Ministério das Relações Exteriores foi dominado pela orientação marxista imposta a um ministro dócil e as Forças Armadas (além de sucateadas) afastadas das decisões de importância nacional, enquanto os órgãos de Inteligência são desprestigiados e envolvidos em escândalos sem sentido. Tudo, sem dúvida alguma, buscando o surgimento de um partido político hegemônico (de certa forma a “base aliada” é o seu embrião) que, num futuro perigosamente próximo, venha propiciar o domínio comunista (disfarçado de socialismo) sobre o nosso País.


Movidos pela sede do lucro e pela suposta necessidade de estar bem com os donos do poder, ponderável parcela dos economicamente poderosos omite-se de forma vergonhosa quanto aos problemas nacionais. Enquanto isso, uma série de “bolsas” e de facilidades creditícias, cala a boca dos mais humildes. Resta uma classe média, outrora influente e hoje cada vez mais enfraquecida, à espera de que surja um hipotético salvador da Pátria. E todos, sem exceção, massacrados pela propaganda governamental a dizer-nos estarmos marchando firme na senda do progresso social e econômico, enquanto uma miríade de falcatruas são varridas para baixo do tapete.


Há que fazer uma correção de rumo. Há que implantar um regime onde o interesse nacional prepondere, de forma inconteste, sobre os de ideologias malsãs e a sede de poder de seus seguidores.

O preço da liberdade


JOÃO LUIZ MAUAD


Administrador de empresas


"Já pensou em viver num país onde todos tenham tudo de forma igual? Esse é o objetivo do comunismo, um sistema de organização política e econômica que surgiu como oposição ao capitalismo.(*)


As principais metas do comunismo são acabar com a propriedade privada e com o domínio sobre os meios de produção. Ou seja, a terra passa a ser de todos e todo mundo deve ter acesso aos meios de produção (ferramentas, máquinas, indústrias).


No comunismo, o objetivo não é o lucro, e sim o bem-estar geral. Cada pessoa só vai possuir o necessário para viver bem. E se, por acaso, uma fábrica produzir muito e gerar lucro, o dinheiro deve ser dividido para a população de acordo com a necessidade de cada um.


O comunismo acredita que nenhum homem deve servir a outro homem. Por isso, eles pregam o fim do Estado. A sociedade funcionaria baseada na solidariedade e na igualdade, sem divisão entre ricos ou pobres. As pessoas seriam mais conscientes e não precisariam de alguém para dizer o que fazer.


Para chegar a essa condição, o comunismo deve passar primeiro por um estágio chamado socialismo, em que existe uma ditadura que irá organizar a distribuição dos bens, deixando todos nas mesmas condições. Depois, a ditadura deve se desfazer e, como vimos, a sociedade funcionaria sozinha.


(*) Você já teve aquela figurinha mais difícil de conseguir e trocou por várias? Se já fez isso alguma vez, então você é um capitalista nato! Você foi atrás de um lucro. 'A essência do capitalismo é conseguir o máximo com o mínimo', explica o historiador Erivan Raposo."


Não pense o leitor que essas gracinhas estampadas aí em cima foram retiradas da página do Partido Comunista ou de qualquer outro desses partidos nanicos que, em pleno século XXI, ainda insistem na idealização de uma doutrina que já demonstrou toda a sua tirania social e ineficácia econômica ao longo da História dos últimos 100 anos.


Estranhamente, essa peça de retórica, nitidamente dirigida à doutrinação infantil, estava inserida, até poucos dias atrás, num site voltado para crianças vinculado à Câmara dos Deputados, devidamente misturada a joguinhos, brincadeiras, bonequinhos etc. Seu endereço eletrônico é plenarinho.gov.br e, como todo endereço .gov, é financiado com recursos retirados dos impostos que todos nós pagamos, independentemente das nossas ideologias ou princípios.


Foi então que alguns pais - cujos filhos haviam sido instruídos pelos respectivos professores a "fazer pesquisas" naquele jardim da insensatez - tomaram conhecimento da estrovenga e resolveram protestar, enviando mensagens eletrônicas para os amigos e para alguns blogs, os quais, imediatamente, passaram a divulgar o absurdo.


Passados alguns dias, os responsáveis pela página, provavelmente pressionados por uma avalanche de reclamações em suas caixas postais, decidiram dar uma satisfação à sociedade - que, afinal, é quem paga os seus salários - e alteraram (em 03/09) o conteúdo daquela aberração. Entre outras mudanças, agora informavam às crianças que "o sonho do comunismo parece não ter se concretizado, sabe? Muitos pesadelos - como o desrespeito aos direitos humanos e a morte de muitos inocentes - aconteceram desde o início do século passado nos países que adotaram o comunismo. Isso prova que, nem sempre o que é idealizado, na prática funciona como se imaginava".


Como, provavelmente, os "panos quentes" não surtiram o efeito desejado, no dia 04/09 o disparate foi retirado do ar, sob a seguinte alegação, expressa em editorial:


"(...) Após receber as referidas críticas, a equipe de redação do Plenarinho releu a reportagem e percebeu que, mesmo não tendo agido de má-fé, a matéria não atingiu seu objetivo, que era apenas o de apresentar às crianças o que era o comunismo. Analisamos que, mesmo sem intenção, produzimos uma matéria tendenciosa, que apresentou apenas os pontos positivos da teoria e não apontou os pontos negativos dos sistemas comunistas estabelecidos ou já extintos na História da Humanidade. Portanto, em respeito aos nossos internautas mirins, resolvemos retirar a reportagem do ar, assim como a outra matéria da série, 'Sobre o capitalismo'."(sic)


A grande lição que fica - especialmente nesses tempos em que a tirania tem andado sempre à espreita - é que nunca o velho adágio foi tão atual: "O preço da liberdade é a eterna vigilância."


CÂMARA TIRA DO AR PÁGINAS SOBRE COMUNISMO E CAPITALISMO E FAZ MEA-CULPA. MAS AINDA HÁ ERRO

Por Reinaldo Azevedo

Lembram-se do Plenarinho, aquelinha pagininha da Câmara dos Deputados voltadinha às criancinhas que estavazinho ensinandozinho quão bonzinho é o comunismozinho e que o capitalismozinho é uma coisinha muito ruinzinha? Publiquei ontem dois posts a respeito, vejam lá.


Tão logo escrevi o primeiro, acusando a empulhação ideológica, as pessoas que cuidam do site mudaram o conteúdo da página sem nem avisar os eventuais leitores. Como informei, sempre faço PDF das barbaridades que encontro em sites oficiais. Publiquei o segundo post apontando o expediente e as novas distorções.


Pois bem. Agora a Câmara decidiu tirar do ar as duas páginas dedicadas ao capitalismo e ao comunismo. A redação do site admite num texto publicado hoje às 15h37: "Analisamos que, mesmo sem intenção, produzimos uma matéria tendenciosa, que apresentou apenas os pontos positivos da teoria e não apontou os pontos negativos dos sistemas comunistas estabelecidos ou já extintos na história da humanidade. Portanto, em respeito aos nossos internautas mirins, resolvemos retirar a reportagem do ar, assim como a outra matéria da série, "Sobre o capitalismo".


Tá. Mas ainda não posso deixar o pessoal do Plenarinho em paz. Li outras coisas ali muito complicadas. Tratarei disso outra hora. "Comunismo" e "capitalismo" viraram agora apenas dois verbetes, que tentam ser secos, objetivos.


O site define assim o "Capitalismo": "Sistema social que valoriza bastante o capital. Os meios de produção (bancos, financeiras, fábricas, lojas comerciais, supermercados, etc.) estão nas mãos das empresas privadas ou de pessoas que contratam mão-de-obra em troca de salário". Xiii, Marquim...


Capitalismo não é um "sistema social", mas econômico. E a definição de "meios de produção" está errada. Os "bancos, financeiras, fábricas, lojas comerciais, supermercados", caros plenaristas, não são os "meios de produção", mas o capital. É o capital traduzido no aparato produtivo. Os "meios" são os meios propriamente ditos, os objetos e instrumentos de trabalho que servem à produção. Sim, claro que sei de onde vem a besteira: da vulgata marxista segundo a qual, no capitalismo, a burguesia é "dona dos meios de produção".


Há duas ignorâncias que se espalharam mundo afora sem que os "usuários" das teorias tenham se ocupado jamais de ler os textos originais: marxismo e psicanálise. E a vulgarização de leituras erradas destas duas teorias produz um mal imenso. No primeiro caso, temos a esquerdopatia vigente nas escolas e até num site da Câmara dos Deputados. No segundo caso, temos a leniência doméstica com a delinqüência juvenil porque os pais sempre acreditam que seu pimpolho malcriado foi vítima de algum "trauma" e que reprimir a sua falta de compostura é autoritarismo... Ah, bem, a terceira praga é o sociologismo, segundo o qual o indivíduo nunca é responsável pelo ato que pratica. O meio é que condiciona seu comportamento.


A soma dessas três vulgaridades é nefasta para o país.


Mas volto ao ponto. Ok. Melhor que a Câmara tenha decidido tomar alguma providência e tenha reconhecido que o material estava distorcido. E que fique uma lição: produzir material didático, voltado para crianças — e, portanto, pedagógico também —, é coisa séria, alheia à ligeireza.


A educação e os "dois lados"



Só para arrematar: mesmo no texto em que a Câmara assume que o material era tendencioso, há embutido um problema fundamental da nossa educação: a idéia de que tudo "tem dois lados". Assim, vejam lá, o erro estaria em ter mostrado apenas os aspectos positivos do comunismo... Não! O que o site publicou não eram "aspectos positivos", mas "aspectos mentirosos", de propaganda.

Sem contar que há um problema que é de natureza ética e que nada tem a ver com a neutralidade de quem escreve para crianças ou lhes dá aula: o eventual aspecto positivo de uma teoria que depende de uma tirania ou de algum mal essencial para existir não é "aspecto positivo" coisa nenhuma. Quando muito, é só uma das faces — a edulcorada — do mal.


Claro, isso não se debate exatamente em pedagogia ou didática. Tem a ver com as ciências morais.

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