terça-feira, setembro 09, 2008

As mãos sujas do presidente que montou sua polícia secreta


05 de setembro de 2008
Do Observatório de Inteligência
BRASIL ACIMA DE TUDO
Por Orion Alencastro

A propósito do desagradável momento democrático que estamos a viver após a denúncia de grampo no telefone do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, conforme publicada na revista
Veja, temos recebido dezenas de mensagens de nossos respeitáveis leitores, solicitando uma apreciação sobre o fato. O importante é que não devemos nos precipitar em avaliar o acontecimento e emitir observações. Na verdade, temos que defender as instituições do Estado cuja missão é a de proteger a nação e orientar o seu chefe para a segurança do destino do Brasil.

Falamos da Agência Brasileira de Inteligência e da Policia Federal, que devem ser preservadas e prestigiadas para não serem desacreditadas em proveito do crime organizado que se alastra pelo país, a soldo do próprio Governo da República e das ameaças externas, notadamente da diplomacia repressiva do establishment, das máfias financeiras, do narcotráfico e das armas.

Todo esse desdobramento acusatório contra a Agência Brasileira de Inteligência é lamentável, notadamente quando estamos a viver o clima e a fantasia do propalando Estado Democrático de Direito, expressão que enche a boca de juristas, políticos, intelectuais, professores, pensionistas da ditadura e os aparelhadores do Governo.

O grampo foi feito, resta saber quem é o mandante e com que propósito teria a bisbilhotice sobre a figura do titular da mais alta magistratura da nação. Conforme já observamos, todas a vezes em que investigações da Polícia Federal e até do Ministério Publico ameaçam subir a rampa do Palácio do Planalto, suas ações são turbadas, desviadas, postergadas e até camufladas pelos lobisomens do governo que circulam pelo triângulo Brasilia-Rio-São Paulo.

Nós não temos democracia, mas um amplo ajuste de facilidades combinadas em relações aéticas entre os três poderes e uma poderosa máquina de propaganda política da figura do Presidente da República, inconscientizando a sociedade nacional da realidade do país, cujo governo sem dúvida passará para a história como o mais corrupto desde D.João VI, pois chegamos onde estamos pelo desvirtuamento de funções do Estado.

Reproduzimos abaixo matéria publicada neste site, em 5 de novembro de 2007 "
luiz Inácio organiza polícia política para se garantir na Presidência", bastante adequada ao momento presente, lembrando que o banqueiro Daniel Dantas teve que ser solto para evitar que a sociedade descobrisse a lama que está por baixo do Palácio do Planalto.
(OI/Brasil acima de tudo)

Luiz Inácio organiza polícia política para se garantir na Presidência - Final

05 de setembro de 2008

Do Observatório de Inteligência
Por Orion Alencastro
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Parte I , Parte II, Parte III e Parte IV

O exmo. sr. presidente da República Luiz Inácio da Silva se faz de incomodado com a disseminação da idéia de alcançar um terceiro mandato (Leia matéria:

Avisem a imprensa e os generais: o presidente recorre a juristas para ser ditador
).Considerando os seus 62 anos e suas origens de vida humilde, a família entende que deveria ficar com os "louros" dos 8 anos de Governo e cortar as amarras políticas para desfrutar, discretamente, as "economias" conquistadas como o palanqueiro que não sabia, não acreditava e não admitia pensar na corrupção que permeia o Estado.

O prêmio de Paulo Lacerda

Após o cumprimento de missões silenciosas nas funções de diretor-geral da Polícia Federal, ao sabor do Chefe da Nação, do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e do atual Tarso Genro, o diligente delegado federal Paulo Lacerda foi premiado com um convite pessoal do presidente para assumir a direção geral da Agência Brasileira de Inteligência, fato ocorrido no último dia 9 de outubro, sem muito frisson e passando por cima do seu ministro chefe do gabinete institucional.

Com Paulo Lacerda, podemos dizer que a Polícia Federal compensa os desejos remanescentes da época do Serviço Nacional de Informações ao ver um dos seus gerenciar o serviço de inteligência, no mais alto nível sistêmico do país. Para quem não sabe, ao SNI cabe o mérito abafado de ter subsidiado os presidentes do seu tempo nos campos político, econômico, social, técnico e científico, com as recomendações imprescindíveis ao desenvolvimento e progresso nacionais, compondo o trinômio informação, planejamento e execução. Isto, um dia, será confirmado pelos pesquisadores isentos do fel ideológico, na restauração da história da Pátria.

A Abin, órgão de assessoramento da Presidência da República para tomada de decisões, sofreu um golpe branco e traumático ao receber para seu comando um delegado de polícia federal, em que pese a sua larga e elogiável folha de serviços.

Constata-se uma espécie de velada intervenção na Abin, ainda em digestão pelos seus devotados e qualificados profissionais, reconhecidos até mesmo no exterior. Com o Dr. Lacerda, embarcaram na Abin outros companheiros da PF: delegado Alciomar Hoesrt, conhecedor de logística, Renato da Porciúncula, ex-diretor de inteligência, Ivo Valério, ex-chefe de gabinete, Getúlio Bezerra, expert em combate ao crime organizado e Zulmar Pimentel.

O que está combinado e acertado é que a Da Silva Corporation precisa ser blindada e seus membros protegidos de quaisquer indícios, por mínimos que sejam, de favorecimento pelo poder. Paralelamente, a sociedade e a imprensa devem ser rastreadas 24 horas/dia para que se impeça o aparecimento de algum fio de meada que possa embaraçar a figura "imaculada" do líder. Há que se preservá-lo para o casuísmo de que política é a arte do possível.

Aparelhamento de risco

A Polícia Federal, aparelhada por petistas na sua cúpula e supervisionada pelo ministro da Justiça Tarso Genro, e a Abin, mobiliada por delegados federais sob o santo manto protetor do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, constituem garantias para uma combinada ação velada de polícia política do Governo Luiz Inácio da Silva. Tudo para a proteção da sua honorabilidade, atendendo aos interesses do Foro de São Paulo, à instalação do processo gramscista no prolongado Governo mais corrupto da história da República, em busca da sua ardilosa permanência no poder, com riscos para a riqueza e soberania nacionais.

A polícia política do Governo, desfrutando dos inúmeros bancos de dados da administração federal e sub-sistemas regionais, que inclui 11 Secretarias de Estado de Segurança Pública chefiadas por delegados da PF, complementando-se com o patrulhamento do Partido dos Trabalhadores, é uma percepção presente que se cristaliza nas elites defensoras da verdadeira democracia, do bem-estar da Nação e do progresso.

As atividades de polícia e inteligência do Estado ficam melhor esclarecidas quando se observam as diferenças entre os dois profissionais.

Há um consenso entre especialistas de recursos humanos em áreas de segurança nacional que um policial bacharel em Direito necessita de 5 anos de experiência na sua área para ser considerado bom e que, na sua carreira, dispende um esforço de 2/3 de atividade cerebral e 1/3 mental. Ao contrário, um profissional de inteligência (analista) necessita mais de 10 anos de atividade e estudos continuados para se convencer que é razoavelmente bom.

Em geral, o primeiro chega às suas conclusões por via objetiva, investigativa e processual, e o segundo, pelo exercício e experiência subjetiva no processo de incubação de dados, análise, integração de conhecimento e produção de informações que devem ser a expressão da verdade.

Acalme-se, presidente

Finalmente, no último dia 29, o auspicioso e renovado manual de conduta e operações da Polícia Federal foi apresentado aos superintendentes regionais pelo diretor-geral da Polícia Federal, delegado petista Luiz Fernando Corrêa, de elogiável histórico profissional.

O aspecto fundamental do documento, cuja divulgação ainda está vedada à sociedade brasileira, visa coibir a pirotecnia das ações e êxitos da PF, evitando exposições excessivas de pessoas que, segundo Tarso Genro, "merecem a garantia dos seus direitos constitucionais". As expectativas são de que, agora, a Abin venha a ter seu manual de procedimentos reformulado, inclusive robustecido com a polêmica regulamentação da escuta telefônica para o cumprimento da sua missão.

Brasil acima de tudo espera que os delegados Corrêa e Lacerda não se esqueçam de cumprir o sagrado direito de defenderem o Estado e seus cidadãos e, se necessário, que não ocultem e nem traiam a sociedade pelos descaminhos da velada polícia política. Mesmo que as luzes apontem para a Da Silva Corporation, em risco de gravíssima infração constitucional pelas leis vigentes no país e a despeito da blindagem de polícia política que se pretende.

(OI/Brasil acima de tudo)

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