quarta-feira, outubro 01, 2008

ITAIPU, ignorância não pode ser. O que será?

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Por Otacílio Guimarães



Senhor Senador Cristóvão Buarque,



O senhor afirmou, da tribuna do Senado Federal, o seguinte: “Não podemos simplesmente negar ao Paraguai o direito de pedir o reajuste. Nós não podemos esnobar o Paraguai. Até porque temos uma dívida com esse nosso país vizinho, já que há 138 anos matamos 300 mil de seus cidadãos [na Guerra do Paraguai]. Em proporção, seria como se matassem nove milhões de brasileiros...”


É muito estranho, e causa preocupação, ouvir de um senador da república tal afirmativa. E é estranho por dois motivos:


a) Ou o senhor não tem conhecimento da história e está equivocado ao afirmar que o Brasil matou 300 mil paraguaios;


b) Ou o senhor tem conhecimento da história e, por conseguinte, está mentindo.


Ambas as hipóteses o desqualificam para exercer o alto cargo de senador da república. Quando um senador se dirige à nação, da tribuna do Senado Federal, para afirmar uma asneira deste porte, francamente, não tem condições de estar onde está. Está trabalhando contra o país, contra o seu povo, quando o seu dever sagrado deveria ser o contrário.


A guerra do Paraguai, da qual o senhor culpa o Brasil, inclusive imputando-lhe 300 mil mortes, foi provocada pelo ditador Solano Lopes, cujas ambições expansionistas o fizeram invadir a Argentina, que lhe negara o uso do seu território para chegar até Uruguaiana. A Argentina então declarou guerra ao Paraguai, dando início a um conflito ao qual se juntariam o Brasil e o Uruguai no que ficou conhecido como a Tríplice Aliança.


O Paraguai contava àquela altura com um exército de 77 mil homens, enquanto o efetivo brasileiro não passava de 18 mil, o que obrigou D. Pedro II a organizar apressadamente as forças brasileiras para fazer face à agressão.


Sem entrar em detalhes, para não me alongar, quero informá-lo que das 300 mil mortes de paraguaios que o senhor imputa ao Brasil, a fome, a cólera e a malária foram responsáveis por 70%. Em combate mesmo, o Paraguai perdeu metade do seu exército, enquanto o Brasil perdeu 30 mil homens. E as perdas paraguaias aconteceram em razão da estupidez do ditador Solano Lopes que, instado a se render, posto que já estava derrotado, com Assunção invadida pelas tropas brasileiras, levou a guerra às últimas conseqüências, conduzindo o que restava de suas tropas combalidas e, àquela altura composta de adolescentes e até de crianças, a Cerro Corá, onde se deu a batalha final.


Solano Lopez jamais aceitou negociar a paz e a guerra só acabou com a sua morte. O Brasil não conquistou territórios do Paraguai, apenas reinvindicou suas fronteiras anteriores. O tratado de paz, assinado em 9 de janeiro de 1872, estabeleceu, entre outras coisas, a navegação livre pelo rio Paraguai e uma indenização a ser paga ao Brasil - dívida esta que foi perdoada em 1943 pelo governo brasileiro.


Vê-se, portanto, que o grande culpado pelo massacre do seu povo foi o próprio ditador Solano Lopes, tendo o Brasil apenas respondido à altura uma agressão sem sentido. Seguindo a lógica do seu raciocínio, os aliados da segunda guerra mundial devem pagar uma indenização à Alemanha pelo fato de Hitler ter perdido a guerra. Ainda seguindo a lógica do seu raciocínio, as atuais gerações devem pagar pelos erros por acaso cometidos por governantes em gerações passadas. Assim, não me surpreenderia se o senhor defendesse que a atual e as futuras gerações de italianos continuassem pagando aos países conquistados pelo Império Romano, pela avidez de seus imperadores.


Mas como o próprio presidente Lula já declarou algumas vezes que o Brasil tem uma dívida para com a África em razão da escravidão, nada mais me admira. Só quero declarar peremptoriamente que eu jamais possuí nenhum escravo, assim como nenhum brasileiro que esteja vivo na atualidade.


Senador, acorde! O povo brasileiro atual, do passado e do futuro, pagaram, estão pagando e pagarão a enorme e infindável conta que lhes foi colocada sobre os ombros por uma plêiade de governantes irresponsáveis, corruptos e sem visão de futuro, incluindo o atual. E o senhor ainda quer aumentar essa conta?


Quanto a Itaipu, senador, foi o pior negócio feito pelo regime militar e é fácil de se explicar.


O complexo Itaipu foi totalmente custeado pelo Brasil. O Paraguai não desembolsou um guarani sequer. O acordo firmado deu ao Paraguai o direito a 50% de toda a energia gerada pela usina. Como o Paraguai não tem capacidade para utilizar toda essa energia, o acordo estabelece que a sobra é vendida ao Brasil. O Brasil sempre cumpriu rigorosamente a sua parte, pagando integralmente ao Paraguai o excedente desses 50%, sem descontar sequer as despesas de manutenção da usina.


Pergunto-lhe, senador: quem fez o melhor negócio? E quem ainda está usufruindo desse negócio da China? Com certeza não somos nós.


Talvez o senhor ache mais justo o Brasil entregar a usina ao Paraguai de mão beijada e passar a comprar a energia de que necessita, a exemplo do que a Petrobrás fez com as duas refinarias de petróleo que ela instalou na Bolívia - tudo isto em nome da ideologia que une o atual governo brasileiro a los hermanos andinos.


Convém lembrar, senador, que Itaipu custou 6 bilhões de dólares à época em que foi construída - dinheiro este tomado emprestado no exterior e pelo qual até hoje pagamos, porque, compromissos como este, somados aos da construção de Brasília e outros que atenderam a megalomania de governos passados, deram origem ao monstruoso endividamento que hoje impede o desenvolvimento do país.


Convém lembrar também que, caso o governo resolva atender a reivindicação do hermano, o preço da energia, que no Brasil custa mais caro do que a energia produzida por usinas nucleares em torno do mundo, terá que ser reajustado e quem pagará a conta será o povo brasileiro. A menos que o senhor e seus pares da esquerda resolvam bancar a conta, o que com certeza não lhe passa pela cabeça. É fácil, senador, fazer proseletismo político demagógico com a carteira dos outros.

Convém lembrar também, senador, que o contribuinte brasileiro, já escorchado por uma verdadeira derrama fiscal, lhe paga o salário e todas as suas mordomias para que o senhor defenda o Brasil, e não estados alienígenas.


Dito isto, quero lhe dar uma sugestão: se o senhor sinceramente quer fazer um bem ao Brasil e ao seu povo, renuncie ao seu mandato e volte a sua cátedra na universidade. Lamentando pelos seus alunos.


Indignadas Saudações,


Otacílio M. Guimarães


COMENTÁRIO DO LEITOR CARLOS LIMA:


30 de setembro de 2008


Fui imbuído do mesmo sentimento quando participei do 1º Fórum Democrático Nacionalista, realizado de 23 a 25 de agosto de 2002, em Brasília, como congressista, representando Rondônia. Fórum este promovido pela CONFAMIL – Confederação da Família Militar -, o que me possibilitou conhecer e manter, até hoje, vários correspondentes, de alto nível intelectual, cívico e patriótico. Lá revi e tive a oportunidade de conversar com vários oficiais com os quais servi e que foram promovidos a general ou a coronel. Estavam presentes alguns senadores, deputados, Bautista Vidal, Jarbas Passarinho (Então com 84 anos – tirei uma foto com ele). No último dia foi feito um churrasco do qual participei e no qual tomei um bom vinho. Fiz-me acompanhar por um amigo que representava Campinas e fomos conduzidos ao local por um Maj. Médico e sua esposa médica, em uma Mercedes prata. Após, nos levaram à sua mansão no Lago Sul, que fica ao lado da residência do irmão no Nelson Piquet. O Major tem uma medalha que lhe foi conferida pelo Ministro da Saúde por ter realizado a primeira cirurgia em aidético (disse-nos que a probabilidade de um cirurgião contrair a endemia por realizar cirurgia é de 0,0001 %). Pois bem, lá no tal churrasco, estava o Senador Cristóvão Buarque. Eu e outros não resistimos e, à saída, o questionamos sobre a tal "resposta" que a mídia tanto promove. Tive a sensação de que era coisa "montada". Ele respondeu com uma série de evasivas. Em nenhum momento foi objetivo em sua resposta. Pareceu-me até que foi pego de surpresa e que desconhecia o assunto, para decepção minha e de outros. Esse é o senador que, quando candidato a Presidência da República, teve, me parece, menos de 1% dos votos.

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