Por Wagner Fonseca Lima
E-mail: wflolaria@globo.com
Rio de Janeiro (RJ)
08 de Outubro de 2008
Hoje, mais uma vez, o Banco do Brasil declarou à mídia que "já fechou negócios (de socorro aos pequenos bancos) desse tipo, mas a diretoria do banco não quis informar o valor que tem disponível e com quantas instituições financeiras já fechou" (Folha de São Paulo, de 10.10.2008). Em outras palavras, apesar das declarações de Lula e de Meirelles, existem diversos bancos no Brasil que já estão tendo que ser socorridos para não quebrar. E o governo não informa quais bancos são, para as pessoas poderem se precaver. Isso é um absurdo!!! Além que criar um "Bolsa-Banqueiro-Secreto", o governo do apedeuta Lula mente para o mercado e esconde o fato de que diversas instituições financeiras estão pela hora da m... O que fazer? Em primeiro lugar, se você for acionista de qualquer banco, reclame para a CVM (veja as cartas abaixo). Em segundo lugar, fique muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito esperto. O colchão de casa ou o cofre da família são boas opções........rsrsrsrs.
CARTA 1:
Comissão de Valores Mobiliários - CVM
Rua Sete de Setembro 111/ 2.andar – Centro
Rio de Janeiro (RJ)
CEP 20050.901
Presidente
Srta. Maria Helena dos Santos Fernandes de Santana,
Recordo, inicialmente, que somente após minhas consistentes solicitações é que o Banco do Brasil comunicou ao mercado os fatos envolvendo a grave situação da lavagem de dinheiro no Japão (nossas cartas de 06.08 e 16.08.2006, que originaram o comunicado da estatal de 21.08.2006), a existência de um “plano de adequação” na área de gestão de pessoas (nossa mensagem de 08.05.2007, que originou o comunicado oficial de 11.05.2007) e admitiu a incorreção dos dados da participação acionária de administradores do BB (nossa carta de 09.07.2007, que originou a correção em 25.07.2007), pontos que demonstram a necessidade de acompanhamento dos movimentos da atual direção da estatal pelos acionistas e investidores, em geral.
Lendo, então, com a devida atenção, o noticiário veiculado nos principais jornais do país sobre a atual crise mundial que assola as Bolsas de Valores, surpreendo-me com a notícia estampada na página 27 do Jornal carioca “O Globo”, de 08.10.2008, sob o título “Banco do Brasil e CEF socorrem bancos pequenos”, reportagem amparada na suposta declaração do presidente do Banco do Brasil Sr. Antonio Francisco de Lima Neto, afirmando que a instituição financeira federal está “atuando na compra de carteiras de crédito consignadas e temos compras já concretizadas” (grifo nosso), sem que qualquer explicação oficial daquela empresa dirigida aos acionistas tenha sido publicada como “Fato Relevante” na página da Internet das Relações com os Investidores do Banco do Brasil.
Algumas perguntas, então, são apropriadas para o momento: quais são as carteiras de crédito adquiridas?; quais os bancos pequenos envolvidos nas tais aquisições?; quanto essa operação de “salvamento” dos bancos pequenos custou ao Banco do Brasil?; quais as perspectivas de perdas ou lucros com as citadas aquisições ao longo dos próximos anos e o impacto disso tudo nos resultados da empresa e, por conseguinte, nos eventuais resultados destinados aos acionistas?; a partir do momento que tais operações foram realizadas à revelia do conhecimento dos acionistas minoritários (em especial), qual a garantia de que tais informações operacionais privilegiadas para alguns poucos administradores e funcionários da estatal (já que não eram do conhecimento do grande público, ante a falta de publicação de “fato relevante” pela própria empresa) não auxiliaram na estupenda queda do valor das ações (BBAS3) em aproximadamente 47% no período de 30.05.2008 (R$ 32,37 por ação) e 07.10.2008 (R$ 16,32 por ação)?
As perguntas acima são apenas um pequeno exemplo das questões que devem ser levadas ao Banco do Brasil, de preferência através da abertura de processo administrativo, para que sejam apuradas eventuais responsabilidades sobre as tais misteriosas operações de “salvamento de bancos pequenos”, algumas já concretizadas à revelia do conhecimento do mercado e dos acionistas.
Por último, apreciaria saber o resultado do meu específico pedido efetuado no final de
Atenciosamente,
Wagner Fonseca Lima
2. CARTA 2:
Presidente
Srta. Maria Helena dos Santos Fernandes de Santana,
Faço referência à correspondência datada de 08.10.2008 (carta registrada postada nos Correios sob o número RC292591770BR), onde solicito a abertura de processo administrativo contra o Banco do Brasil, pela falta de informações relevantes para o mercado e seus acionistas, tendo em vista suposta declaração emitida pelo primeiro gestor daquela empresa estatal (reproduzida na mencionada correspondência).
Dando continuidade à minha reclamação perante a postura do Banco do Brasil, faço chegar às mãos dessa Comissão de Valores Mobiliários-CVM cópia da reportagem publicada no sítio da Internet da Folha de São Paulo (www.folha.com.br) de 10.10.2008, onde está escrito que “O Banco do Brasil, segundo assessoria, já fechou alguns negócios desse tipo, mas a diretoria do banco não quis informar o valor que tem disponível e com quantas instituições financeiras já fechou ou pretende fechar negócio” (grifo nosso), o que, de certa maneira, confirma a declaração anterior de 08.10.2008 do presidente da estatal e que mantém a conduta irresponsável adotada pelo Banco do Brasil de não esclarecer os fatos, nos mínimos detalhes, aos seus acionistas.
Ora, isso é um despautério! Em plena crise mundial, o Banco do Brasil por ordem do governo federal socorre instituições financeiras de pequeno porte, mas se recusa a informar para os seus acionistas (em especial os minoritários) os pormenores das operações já concretizadas (e, ao que tudo indica, das outras que estão a caminho). Está criado, então, talvez, o “Bolsa-Banqueiro-Secreto” do governo Lula! E o citado presidente da república reclamava, no passado, do PROER do governo FHC! Hilário!
Em outras palavras, se as tais operações “secretas” derem um enorme prejuízo aos cofres do BB, estão aí os acionistas incautos (e, porque não dizer, os clientes em geral) para pagar tudo. É importante deixar claro que no momento em que estou escrevendo a presente missiva, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) descem ladeira abaixo para o patamar de R$ 13,80 (15% abaixo da última cotação que mencionei na carta anterior). E o Banco do Brasil comprando carteiras de crédito consignadas de bancos pequenos em dificuldades! Espero que a estratégia adotada tenha alicerces econômicos sólidos. E se tiver, espero que tais procedimentos econômicos possam ser apresentados aos acionistas e ao mercado com transparência total.
Dessa forma, aguardo as providências administrativas da Comissão de Valores Mobiliários-CVM, em defesa do mercado e dos acionistas.
Atenciosamente,
Wagner Fonseca Lima
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