quarta-feira, novembro 19, 2008

Para satisfazer um maldito "marketing político-politicamente-correto" de governos fracos, hipócritas e medíocres...

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SOBRE O CASO DO SEQÜESTRO DE SANTO ANDRÉ – EU JÁ DEI MINHA MODESTA OPINIÃO A RESPEITO. ABAIXO, A PALAVRA DE ESPECIALISTAS

Enviado por Euro Brasílico Vieira Magalhães


Sou Policial em Santo André, tenho 50 anos de idade e ótima ficha profissional. Estou abalado. Não durmo há três dias. Estou meio perturbado. Não consigo tirar o evento da cabeça. Tenho duas filhas da mesma idade da Eloá e da Nayara. Lido com a violência, mas não posso admitir hipocrisia, fraqueza e o despreparo.



O GATE manchou a imagem da polícia de São Paulo. Estou indignado. Participei em parte do triste episódio. Não tem outro nome: incompetência e covardia.



Temos um criminoso "apaixonado" que disparou várias vezes em direção à polícia e ao público, vivo, uma menina morta e uma destruída psicologicamente.



O GATE virou piada, a única SWAT do planeta que devolve o refém ao bandido e que foi impedida de entrar no local por uma mesa!



Este cidadão teve a ousadia de dizer que "o que deu errado foi o tiro na Eloá". Uma autoridade do governo disse, dias antes que "O GATE está agindo 'delicadamente' para não ferir 'os jovens".



Aprendi na Academia que um cidadão armado e que atira contra pessoas, nesse instante passa a ser um criminoso passível de neutralização por força letal. Para isso as polícias portam armas. Para agir delicadamente, que mandassem um esquadrão de assistentes sociais ou psicólogos. Ou então que fechem as polícias.



A pressão em cima do GATE para não matar o criminoso, por parte das instâncias superiores, era tanta, que não conseguiram nem coordenar a ação. Deixaram a Nayara ir até a porta do apartamento!



E se o criminoso se assustasse e atirasse na menina? O criminoso atirou várias vezes, inclusive na direção da imprensa (isso se chama "periclitação de vida" (artº 132 do Código Penal e lei 9437/97). Deveriam tê-lo neutralizado neste momento usando um 'sniper'.



Admitiram ter colocado explosivo insuficiente para derrubar a porta (Folha 19/10 página C5). Não colocaram nem a escada de maneira adequada, veja as cenas gravadas. O policial tentava subir e a escada descia! Falta total de coordenação, pois deixaram a iniciativa da invasão para o criminoso.



Foram derrotados, segundo o próprio Cel. Felix, pois a porta não se abriu totalmente ao explodi-la. Eles tiveram várias chances de neutralizar o criminoso quando ele apareceu na janela. O desfecho seria outro, mas a covardia do comando impediu.



Alguns soldados do GATE com quem conversei estavam indignados. Um comandante de esquadrão não pode e não deve julgar se o "rapaz" é um "desequilibrado e apaixonado" e jogar a culpa no criminoso para se defender da tibieza. Diria mais, da covardia e da incompetência.



Ele ainda teve o desplante de dizer que "Se eu tivesse atirado no 'rapaz', hoje vocês estariam me cobrando por matar 'um jovem de 22 anos' sem passagem pela polícia".



Isso é um acinte!



Salvou o bandido e deixou que matasse uma jovem e ferisse gravemente outra (prevaricação, artº 319 do Código Penal). Ele deveria voltar para a Academia… ou deixar o comando. "Peça pra sair, Coronel", diria o Bravo Capitão Nascimento.



O próprio ex-comandante do BOPE, Rodrigo Pimentel, disse que o GATE deveria "Fazer uma revisão doutrinária do uso de força letal", e citou alguns fracassos, tanto do GATE quanto do BOPE.



Estamos, pois, como policiais, deixando de agir em favor da vida dos cidadãos de bem a quem servimos, doando nossa própria vida se preciso for, como juramos no momento em que assumimos a Função Policial, para satisfazer um maldito "marketing político politicamente correto" de governos fracos, hipócritas e medíocres, que desdenham da questão da Segurança Pública, para que não tenham a "imagem" marcada por uma polícia violenta.



Repito: polícia violenta ou medíocre? Temos hoje em Santo André três famílias chorando. Tivesse o GATE agido como há vinte anos, com apenas um projétil de calibre adequado colocado na cabeça certa, teríamos apenas uma. Este salvou um bandido e deixou matar duas meninas.



Deus há de permitir que a culpa recaia sobre este governo medíocre, que, repito, desdenha de seus policiais e da política de Segurança Pública, conseqüentemente, de seus cidadãos.



Talvez seja a política do "estado mínimo", apregoada pelos doutrinadores de certos partidos políticos, que prescreve uma "violência sociologicamente moderada" (a do criminoso que atua impunemente) como "controle social da população", já que o cidadão acuado pela violência deixa de se preocupar com a corrupção dos políticos, por exemplo (percebi isso quando era militante num partido).



Nesta doutrina, a polícia agiria apenas como moderador da criminalidade, não como combatente efetiva, que tem como objetivo extinguir o crime.



Estão destruindo as Polícias. Ajudem-nos a salvá-las.



O QUE DIZ O "JUS NAVEGANDI" (http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=10984)



BASEADO NA NOSSA ATUAL LEGISLAÇÃO CONFUSA DETURPADA, QUE, MOTIVADA POR ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS POR LEGISLADORES PARA SE AUTOPROTEGEREM DE SEUS INÚMEROS CRIMES JÁ EFETUADOS OU QUE SABEM PERFEITAMENTE QUE COMETERÃO, PROTEGE MAIS OS BANDIDOS DO QUE AS VÍTIMAS, A INJUSTIÇA DO QUE A JUSTIÇA, E PREJUDICA ENORMEMENTE OS POLICIAIS NA EXECUÇÃO DE SEU DEVER!!!



* A situação crítica que interessa para o presente trabalho é aquela em que o causador da situação de crise toma reféns, colocando em risco a vida das vítimas.



* O tiro de comprometimento equivale ao tiro de precisão ou sniper.



O tiro de comprometimento, ou tiro de sniper, é uma das alternativas táticas que as organizações policiais dispõem para a resolução de situações críticas. Este tiro se constitui em um único disparo realizado por policial especialmente treinado para este fim, sob as ordens do comandante do teatro de operações. Objetiva a imobilização imediata do causador da crise: via de regra, significa sua morte instantânea.



Neste contexto, diante da possibilidade iminente da ofensa ao bem jurídico tutelado (vida), é de se delinear quais as possibilidades possíveis de sua utilização e, a partir daí, definir quais as conseqüências jurídicas penais de cada uma delas.



A partir de agora, analisar-se-á cada caso possível e suas conseqüências jurídicas penais.


  1. Primeira possibilidade:

Disparo em momento adequado e que atinge exclusivamente o causador o evento crítico.



Conforme já se destacou acima, o tiro de comprometimento, por ser uma atitude de risco extremo e sem possibilidade de conserto posterior, deve ser utilizado cercado das maiores cautelas possíveis. Pois bem, o primeiro caso em análise sugere o sucesso pleno do tiro de comprometimento. Isso quer dizer que a situação concreta a recomendava, eis que esgotada ou impossibilitada todas as possibilidades de negociação ou utilização de meios não letais. Ainda, o risco ao refém era iminente. Dada a ordem pelo comandante do teatro de operações, o policial responsável efetua o disparo, atingindo exclusivamente o causador do evento crítico. Não há nenhuma dúvida, como já se destacou, sobre a responsabilidade, nem sobre a existência de conduta e tipicidade. O que se deve discutir é a existência, em primeiro lugar, da antijuridicidade, e, caso positivo, da culpabilidade. O fato típico é, presumivelmente, antijurídico, ou seja, contrário ao ordenamento jurídico, salvo expresso permissivo previsto em lei.



Os permissivos penais vêm previstos no artigo 23, do Código Penal. São eles, a legitima defesa, o estado de necessidade, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Na análise do caso em tela não serão analisados os critérios impertinentes. O que se observa, em verdade, é a ocorrência do permissivo da legitima defesa. É que ninguém é obrigado a suportar o injusto, podendo agir por não haver outra forma de preservar seus bens juridicamente tutelados. Note-se bem que o artigo 25, do Código Penal permite, de forma expressa, a utilização da legitima defesa como meio de afastar injusta agressão a direito próprio ou de outrem. Neste caso, é a chamada legítima defesa de terceiro. Cumpre destacar que a causa de justificação existirá mesmo que a agressão não esteja em curso, isto é: não é necessário que a agressão injusta seja atual, basta que seja iminente. Não há que se discutir se o meio foi moderado quando ele é único que se dispunha, naquele momento, para afastar a injusta agressão causada pelo agente crítico. Em sendo assim, no caso, neste momento debatido, haveria o afastamento da antijuridicidade e, portanto, de inexistência de delito, diante da legítima defesa de terceiro.



Sobre o tema, observe-se o artigo 20, § 1º, do Código Penal:



§ 1º. É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.


Note-se que o erro nesta apreciação do momento oportuno pode ocorrer por engano plenamente justificável. Veja-se a seguinte situação: o causador do evento crítico ameaça, veementemente, desferir tiros contra o refém, restando inviabilizada a utilização de métodos não letais. Autorizado, o disparo é realizado com sucesso.



Depois disso, ao analisar o local, percebe-se que o causador do evento crítico portava, em verdade, uma arma de brinquedo, com aparência muito assemelhada das armas reais. Ora, o erro é plenamente justificável, sendo que não era possível, antes do tiro de comprometimento, a verificação do real potencial ofensivo da arma portada pelo causador do evento crítico. Supunha o comandante, bem como o atirador, tratar-se de uma arma real, havendo, pois, risco iminente à pessoa do refém.



E A POLÍCIA DE SP SABIA PERFEITAMENTE QUE O SEQÜESTRADOR ESTAVA COM ARMA VERDADEIRA E MUITA MUNIÇÃO. E MAIS, QUE SE TRATAVA DE CRIME PASSIONAL, NO QUAL, VIA DE REGRA, O CRIMINOSO MATA A VÍTIMA.

Carta do Sr Cmt G da PM de Santa Catarina referente ao programa fantástico.

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Referente ao episódio do seqüestro e morte da adolescente Eloá em SP

Florianópolis, 21 de Outubro de 2008

Carta ao Fantástico:


Prezados Produtores do Programa Fantástico da Rede Globo de Televisão,


Ao cumprimentá-los cordialmente, venho por intermédio deste expediente, na condição de Comandante Geral da Polícia Militar de Santa Catarina, apresentar nota de REPÚDIO referente à manifestação do Sr. MARCOS DO VAL, acerca do trágico episódio envolvendo o seqüestro de duas garotas na cidade de Santo André – SP.

Os argumentos que serão expostos a seguir são lastreados na mais moderna doutrina de Gerenciamento de Crises e Negociação de Reféns adotada pelas corporações policiais do Brasil, pelo que passo a considerar o seguinte:


1. A Polícia Militar do Estado de São Paulo, através de seu Grupo de Ações Táticas Especiais – GATE – foi, é e continuará sendo referência nacional de polícia (aqui congrego todas as corporações policiais do Brasil) em matéria de atendimento de ocorrências de alto e altíssimo risco, mormente as que envolvem artefatos explosivos e tomada de reféns. Este grupo solucionou mais de 40 (quarenta) casos com sucesso só neste ano, referente ao último quesito e libertado mais de 3.000 (três mil) reféns durante sua existência.


2. A doutrina dominante no Brasil para atendimento de ocorrências envolvendo a tomada de reféns, tendo em vista a natureza dos criminosos neste país, tem como elemento primordial o processo exaustivo de NEGOCIAÇÃO, não se restringindo a limites temporais para encerrar este processo, mas sim a alguns fatores que determinam o encerramento das negociações (o assassinato de um refém, por exemplo). No caso em tela, não houve até o momento da invasão algum fator que determinasse, de forma cabal, a invasão tática ou a eliminação (neutralização) do seqüestrador. No Brasil, na grande maioria dos casos, o tempo decorrido é fator aliado da Polícia, porque pode criar uma situação de afetividade recíproca entre seqüestrador e refém, conhecida como "síndrome de Estocolmo", que auxilia a polícia a solucionar a ocorrência pela via da negociação. O exemplo trazido pelo entrevistado, levando em consideração situações ocorridas nos Estados Unidos não se prestam para o Brasil, devido à natureza diferenciada dos criminosos nos dois países. Contudo, se for o caso de considerar as "9 horas" que DO VAL citou como exemplo de limite de tempo, houve uma situação envolvendo reféns na cidade de Waco, Texas, em que as negociações superaram uma semana, até que acontecesse a invasão.


3. Alternativas "hollywoodianas" de invasão tática trazidas à baila pelo Sr. DO VAL, tem muito maior probabilidade de gerarem tragédias, devido às suas variáveis, do que a negociação ou a invasão tática por vias mais simplificadas, sendo a simplicidade um dos princípios do atendimento deste tipo de ocorrência. A alternativa de invasão apresentada pelo entrevistado funciona muito bem em filmes, não na realidade.


4. Por falar em entrevistado, o mesmo não é nem nunca foi policial, sendo a experiência prática um fator predominante para se opinar diante de uma situação como esta. O referido cidadão nunca conduziu uma ocorrência desta natureza em sua trajetória. Ademais, DO VAL é instrutor da SWAT americana na senda de imobilizações táticas (defesa pessoal), o que nada tem a ver com o fato ora avaliado.


5. A via da invasão ou assalto tático, juntamente com o tiro de comprometimento são sempre as últimas alternativas consideradas pela polícia, haja vista que a preservação da vida de todos os envolvidos (inclusive o seqüestrador) é importante para a polícia nestes casos. Especificamente nesta situação, o seqüestrador não deu motivos para que a polícia cessasse as negociações, posto que, inclusive, libertou três reféns no decorrer do evento crítico, dando a entender plenamente que o evento se resolveria sem mortes ou incidentes.


6. O entrevistado afirmou ter "vergonha de ser brasileiro". Devia ter vergonha de si mesmo ao fazer uma afirmação como esta para o programa de maior audiência nacional no dia e hora referenciados.


7. Por derradeiro, cabe salientar que, prima facie, podem ter acontecido equívocos na condução do processo por parte da polícia, mas trata-se de situação de extremo risco e imprevisibilidade, em que qualquer decisão é muito complicada, sendo que a análise não pode ser feita de forma superficial e sim somente depois de muito estudo acerca do fato. Impende ressaltar ainda que esta análise deve ser realizada por quem realmente entende e tem experiência prática para fazê-la, o que não é, definitivamente, o caso do Sr. MARCOS DO VAL.


Atenciosamente,


ELIÉSIO RODRIGUES

Coronel Comandante Geral da

Polícia Militar de Santa Catarina

QUEM REALMENTE É O SUPOSTO ESPECIALISTA DA SWAT

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Reinaldo Azevedo

26 de outubro de 2008


O sujeito atarracado e evidentemente fora de forma que tem aparecido na TV como "instrutor da SWAT" para criticar a polícia brasileira quando os assuntos são técnicas de invasão e controle de situações como a do seqüestro de Santo André, não tem credenciais para isso.


Marcos do Val é um instrutor de Artes Marciais, dono de uma empresa sediada na cidade de Serra, no Espírito Santo, que oferece cursos para policiais em todo o Brasil, com poucos clientes. Já foi recusado pelo GATE, a PM paulista que agora tanto critica. Sua especialidade, segundo o site de sua empresa, são as técnicas de imobilização. Por sua desenvoltura nos últimos dias,

parece ser também especialista na arte do engodo e da autopromoção.


No site em que vende seus cursos, o capixaba se diz faixa preta em Aikidô e ex-instrutor da Academia de Polícia Civil daquele estado. Não conta de qual operação de resgate participou, nem qual grupo de operações especiais integrou. Sua sorte é que, nas muitas entrevistas que deu desde sexta-feira, nenhum repórter – aí incluída Ana Maria Braga –, lhe fez essa pergunta. A resposta está na cara (e no resto do corpo também, justiça seja feita):
nunca participou de uma invasão, nunca negociou com seqüestradores, que dirá pular de rapel do teto de um conjunto habitacional para salvar duas adolescentes de um homem armado.


A farsa construída pelo sr. do Val se beneficia muito da crença equivocada que existe por aqui sobre o que é SWAT nos Estados Unidos. A cada três palavras que ele diz, uma é SWAT. É seu carimbo, sua credencial. Seu cartão de visitas, seu distintivo (está estampada na camiseta que usou em todas as entrevistas). Chega ao ponto de dizer que é, há nove anos, "policial da SWAT". Mais uma vez, parece acometido de grave esquecimento, ou ignorância. A SWAT não existe. Vou repetir: a SWAT, assim, com artigo definido, não existe. Aos fatos: SWAT – sigla para Special Weapons And Tactics – é o nome convencional para grupos de operações especiais e de alto risco nas polícias americanas. Muitos nem têm esse nome. Ou seja, falar em "a SWAT dos Estados Unidos" é o mesmo que dizer "a PM do Brasil". E "policial da SWAT" não existe.


O pior é que se trata de uma armação de baixa qualidade. Por exemplo: em seu site, Marcos do Val gaba-se de ter sido agraciado com o título de "membro honorário da SWAT". Aliás, "a primeira feita pela SWAT a cidadãos não-americanos". Vejamos: a foto da placa, logo abaixo, informa: "honorary member of Beaumont Policia Department SWAT". Entenderam? Foi a primeira vez na história que a SWAT de Beaumont, cidade texana de pouco mais de 100 mil habitantes, agraciou um não-americano com tão valiosa comenda.


Vocês nem precisam acreditar em mim. Ele mesmo se mostra aqui: www.cati.com.br

CRIANDO UM MOSNTRO

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Obeservação deste site:


Publicamos este artigo, primeiramente, com o seguinte título "O que pode criar um monstro?", que chegou até nós como sendo de autor desconhecido. Felizmente, entretanto, recebemos um comunicado a este site em que uma amiga da autora (a Adriana) revelou-nos seu nome: Karina Cabral. Realmente é um texto muito bonito e bastante verdadeiro que impressionou muitas pessoas - inclusive, várias delas escreveram pedindo o nome de quem tinha escrito. Bem, agora o mistério acabou. Agradecemos a iniciativa da Adriana e, para quem quiser ler mais textos da autora, ela escreve neste endereço: http://blog.mafaldacrescida.com.br/?p=260.


UM ALERTA PARA OS PAIS!!!


O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por nada?


Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação "social" da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade?


O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?


O rapaz deu a resposta: "ela não quis mais falar comigo". A garota disse não, não quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um não. Seu desejo era mais importante.


Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos outros nãos nessa história toda.


Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal seqüestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim. NÃO.


Pelo jeito, a única que disse não nessa história foi punida com uma bala na cabeça.


O mundo está carente de nãos. Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer não às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer não aos maridos e alguns maridos, temem dizer não às esposas. Pessoas têm medo de dizer não aos amigos. Noras e genros que não conseguem dizer não às sogras; chefes que não dizem não aos subordinados - e vice-versa. Gente que não consegue dizer não aos próprios desejos.


E assim são criados alguns monstros. Talvez alguns não cheguem a seqüestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um não, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.


Os pais dizem, "não posso traumatizar meu filho". E não é raro ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias.


Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer...


Não, você não pode bater no seu amiguinho.


Não, você não vai assistir a uma novela feita para adultos.


Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei.


Não, você não vai passar a madrugada na rua.


Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação.


Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos.


Não, essas pessoas não são companhias pra você.


Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate.


Não, aqui não é lugar para você ficar.


Não, você não vai faltar na escola sem estar doente.


Não, essa conversa não é pra você se meter.


Não, com isto você não vai brincar.


Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque.


Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro não que a vida dá (e a vida dá muitos...) surtam. Tomam bebidas alcóolicas. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Grafiteiros emporcalham os muros das casas dos outros. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.


Não estou aqui defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo – pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranqüilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um não. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é também responsabilidade. E quem ouve uns nãos de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer não a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O "não" protege, ensina e prepara.


Por mais que seja difícil, eu tento dizer não aos seres humanos que cruzam o meu caminho, quando acredito que é hora - e tento respeitar também os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.

Encurralados

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Por L. Valentin

20/10/2008


Encurralar é colocar em curral. Curral, entre vários significados, é mais comumente considerado como um local cercado ou construído de tal forma que seja impossível sair dele por meios próprios. Como extensão dessa acepção, encurralado passou a ser também preso a um local sem saída, preso em uma armadilha, preso a uma situação sem solução.


O que o dicionário não explica é que esse vocábulo sempre passa a idéia de uma situação aflitiva, incômoda, perigosa. Não se usa dizer “as ovelhas estão encurraladas”, pois estar no curral é seu modo de vida. Dizemos simplesmente que elas estão no curral ou presas. Já falar “os cavalos estavam encurralados” imediatamente transmite a idéia de que tais cavalos são selvagens e estão numa situação angustiante – para eles – pois depois disso, como única saída, fatalmente vão perder a liberdade e passarão para a categoria de servis, domésticos, escravos do homem.


Há enormes diferenças entre encurralar uma ovelha, um cavalo selvagem ou uma onça. Os herbívoros, geralmente, são presas; os felinos, predadores. A diferença existe na atitude do encurralado. A passividade extrema da ovelha a torna desprezivelmente inerte. Ela jamais luta, não reage ao ataque, é facilmente conduzível. A natureza a criou descerebrada para ser devorada pelos predadores. O felino, por sua condição de uma máquina orgânica privilegiada pela natureza, jamais se entrega. Encurralado, se puder lutar, o faz até a morte.


O homem, com um cérebro insuperável entre todos os outros animais, também, como predador extremamente eficiente e perigoso, não se entrega sem lutar. Ele conseguiu reinar sobre a natureza usando um atributo de seu processamento cerebral - a fala - e com ela articulando uma organização societária de vida que garantia sua existência e seu progresso.


Nas primeiras sociedades tribais humanas, a característica era a REAÇÃO a todos os ataques contra sua organização e seus membros. Nenhum deles se perguntava quem, quantos ou como eram os atacantes. Todos se engajavam na luta de vida ou morte. Quem perdia, morria. Quem vencia, dominava.


A reação foi, portanto, uma característica marcante do gênero humano no decorrer da sua história. E sempre foi levada em conta em todas as suas batalhas e conquistas. Os exemplos de reações a perigos eminentes que resultaram em episódios heróicos são abundantes. A exaltação à coragem, à fibra, à força corporal e emocional são constantes que galvanizaram o processo de aprimoramento de nossa raça.


Porém, nenhum profeta antigo poderia prever que o progresso da humanidade fosse criar um processo de dominação sem guerra e sem embate físico – o da perda da capacidade de reagir - tão ou mais cruel para os dominados que os anteriores.


No fundo, o problema é o mesmo de sempre: se necessita de braços para gerar riqueza. E, da mesma forma, sempre existirá uma classe que deseja essa riqueza e o poder que lhe é inerente. O processo consiste em fazer com que, utilizando-se da falácia de paz, a imensa maioria dos humanos perca sua capacidade de reagir, servindo somente para trabalhar e produzir. Chama-se covardia o estado de não reação.


Porém esse processo tem um efeito colateral devastador. Para que alguém perca sua capacidade instintiva de reagir, é necessário que perca antes sua capacidade de raciocinar e concluir. Não é sem motivo que as religiões chamam seus fiéis de cordeiros e se auto-denominem de “rebanho” ou “curral” (mais elegantemente, “aprisco”). Sem capacidade de raciocínio e com uma covardia extremada, tais seres ficam abaixo de cordeiros. Como desculpa à força instintiva de reagir que teima em se rebelar contra esse estado deplorável, eles aplacam suas consciências angustiadas denominando-se “pacifistas”.


O processo somente pode ser implementado, com fantástica eficiência, através da televisão, com seu poder de substituir o processamento abstrato pelo processamento puramente visual. Esse efeito consegue detonar com a capacidade de pensamento do paciente, principalmente com a capacidade de crítica, de discernimento claro e de lógica, deixando-lhe uma parca habilidade em gerar conclusões plausíveis.


Porém, nada é perfeito. Se, no começo da TV o processo era dissimulado, atualmente, os manipuladores que estão na TV também tiveram sua capacidade de processamento diminuída, pois a TV fez parte de sua formação. O truque é tornar sempre os telespectadores mais obtusos que eles. Assim, os manipuladores não mais têm capacidade de dissimular, mas a condição de penúria mental da audiência não deixa que isso seja percebido.


E, desse modo chegamos ao estágio desvirtuado em que nos encontramos agora. O esquema montado pela TV é simplório: um padrão de comportamento imutável, com as mesmas cenas, os mesmos personagens e as mesmas falas. O tema, que tem papel importante, também não varia.


Os indícios são claros. O que ontem era disfarçado, hoje está sendo exposto cruamente, porém o rebanho já anestesiado não se dá conta. O primeiro fato que salta à vista é a organização da trama. Os programas de cunho “jornalístico” possuem um esquema – semelhante em todos os canais – onde é mostrada a opinião de um “especialista”. Esses, sempre os mesmos de uma meia dúzia de escolhidos, tem em comum as mesmas posições: apóiam descaradamente todas as medidas destinadas a tolher ainda mais a liberdade, inteligência e senso crítico do rebanho. São unânimes em propagar a covardia (não reação), em desejar desarmar os cidadãos honestos, em tentar mostrar uma eficiência inexistente da polícia, de apoiar a pretensa intocabilidade da vida humana, enfim, têm na ponta da língua uma receita nociva para moldar as mentes dos descuidados. E ficam pulando de canais, aparecendo em todos os horários, em revezamento.


O que isso provoca? Sua onipresença em todos os horários e canais, sem haver uma única voz discordante, passa a idéia de que o que propagam é REALMENTE a verdade. Ninguém tem mais a capacidade de perceber que a televisão está mostrando a opinião de apenas uma dezena de “especialistas” de merda, que, mesmo confrontando-se com os desmentidos da vida cotidiana, continuam esforçando-se em sua campanha. E ninguém atina que, apoiados na realidade, existem centenas de outros especialistas com opiniões diversas, que não tem vez na TV.


A covardia – a teoria da não reação – faz parte de um plano maior (juntamente com o desarmamento) para a completa dominação do rebanho. Só não fizeram um imenso estrago porque para vingar, a não reação deve ser implementada em ambiente com tranqüilidade garantida pela força policial. Como, no Brasil, a força policial se confunde com o crime organizado e a impunidade e os crimes não param de crescer, o rebanho fica confuso em aceitar tal política vendo as vidas dos seus sendo ceifadas por crimes bárbaros. O desarmamento não surtiu efeito – estima-se que no país o total de armas esteja por volta de 18 milhões. O governo confiscou 500 mil. Portanto, ainda estão voando por aí, 17, 5 milhões de armas. A maioria do rebanho é contra qualquer tipo de arma, mas esses 17 milhões, que não são carneiros, possuem opinião própria e ainda não se acovardaram.


Além do politicamente correto - que restringe a liberdade de pensar, de falar, de escolha pessoal e de demonstrar opinião - e da pregação da não reação, temos outro tópico de extremo apelo, uma falácia portentosa, que é a colocação da vida humana em um pedestal, colocando o direito individual acima do direito coletivo.


A sociedade é o sistema que possibilita a vida humana em agrupamentos. Quando a sociedade se esfacela, acontece também a destruição dos seus membros. Ou seja, a destruição da “intocável” vida humana. Portanto, defender a sociedade – mesmo que à custa de algumas mortes – é preservar centenas ou milhares de outras vidas.


Os regimes totalitários, principalmente o comunismo, são mestres em defender seu sistema societário – que é escravizante - ceifando centenas de milhões de vidas. As teocracias – que escravizam em nome de deus – também não hesitam em matar descontroladamente com o mesmo objetivo. As sociedades liberais, no entanto, permitem que ocorram ataques à sua própria constituição.


A principal tática, para demolir o regime vigente é enfraquecer os pilares que sustentam a sociedade. Depois de esfacelada, fica fácil substituí-la por outra, certamente totalitária e escravizadora, que mostrará que a vida humana nada vale diante do perigo de ser sabotada.


Assim, o rebanho precisa ser dominado. Os “especialistas” continuam com seu discurso. A TV chega ao extremo. Por exemplo, o apresentador Datena, noticia um incêndio na cidade de São Paulo. Enquanto os bombeiros não chegam, um morador de uma casa vizinha ao fogo, toma uma mangueira de jardim e tenta resfriar as paredes para que o fogo não passe para seu lado. A PM o obriga a abandonar a casa. Alegação: havia risco para sua vida. O apresentador enfatiza “a boa ação da PM”. “Não faça isso, deixe esse trabalho para os bombeiros.” Em outras palavras, não reaja também contra o fogo. Perca seu patrimônio sem tentar salvá-lo. Não tome uma atitude. Não seja independente. Não lute. O importante é estar vivo.


Qualquer pessoa com pensamento lógico dá razão à preservação da vida, mas isso não é regra geral que se aplique sempre, em qualquer caso, em qualquer situação. Ou seja, ser conduzido como manada, obedecendo somente a uma regra, é abdicar de raciocinar, de analisar as opções, de concluir e de avaliar o risco de se tomar uma atitude durante uma emergência.


Em outra ocasião, um sujeito, armado de faca, estuprou duas adolescentes de uma só vez. “É isso. Não reaja. Você conservou sua vida”, fala o “especialista”. A questão é como um sujeito com uma faca domina duas pessoas. Qualquer cabeça pensante vê que, enquanto o crápula segura e ameaça uma, a outra pode fugir para pedir socorro. Elas não gritam, não reagem. Estão paralisadas de medo e com a mente lavada pela não reação – a covardia.


Qual é o risco de vida em se molhar as paredes para resfriá-las? Talvez com essa atitude a residência seja salva ou agüente até a chegada dos bombeiros. Se um seu vizinho estiver nessa situação você, certamente vai ajudá-lo. Então, os soldados da PM, ao invés de ajudarem o cidadão na proteção de seu patrimônio, o retiram de lá à força. “Para evitar riscos”. Se a casa pegar fogo, azar. O apresentador proclama “temos que defender a vida humana.”. O comandante dos bombeiros proclama “temos que preservar a vida humana”. Como robôs, todos repetem tal mantra. Não se quer que ninguém tome atitudes independentes. Ninguém deve ter iniciativa própria. Isso é perigoso para o totalitarismo.


A realidade mostra que a reação existe. A TV cria uma realidade fictícia, que infelizmente é a que vai ser considerada com verdadeira pelo curral. Vejamos alguns casos, entre milhares que acontecem em todo país, mas que NÃO SÃO MOSTRADOS PELA TV:


Ceilândia - GO - Weslel Gomes mata, com tiro certeiro, ladrão que tentou entrar em sua casa.

Lajeado - RS - Valdemiro Bertella ao desconfiar de uma tentativa de assalto em sua loja, foi alvejado sem gravidade por um dos bandidos. Valdemiro revidou e matou com um tiro um dos bandidos. O outro fugiu.


Lajeado - RS - João Vilmar Alves matou o dono do bar onde bebia e seguiu para a casa da ex-mulher prometendo, aos gritos, acabar com ela. Após arrombar a porta de sua casa foi morto com três tiros. Sua ex-mulher não quer denunciar quem atirou.


Rio de Janeiro - RJ - Ao tentar roubar o Gol de José de Alencar, na praia do Flamengo, dois assaltantes em uma moto foram alvejados por outro motoqueiro, que matou com um tiro na testa o assaltante Pedro D'Andreia e feriu o outro, que fugiu.


Porto Alegre - RS - O tenente da Brigada Militar, Cláudio Moraes Soares, à paisana, foi assaltado por dois meliantes. Sacou de sua arma e matou um dos bandidos, Marcus Vinicius Silva, e feriu o outro, um menor que foi preso.


Curitiba - PR - Rui Alves Fraiz Jr. - 26 anos - ao chegar à casa, viu dois estranhos invadindo seu prédio. Sacou o revolver e foi ver o que estava acontecendo. Os bandidos imediatamente começaram a disparar contra ele. Houve uma troca de tiros e os meliantes fugiram. Se o rapaz não estivesse armado, talvez tivesse sido morto e mais pessoas no prédio sofreriam violência.


Curitiba - PR - César Augusto Oliveira Brás, 31 resolveu comprar uma arma depois que 3 bandidos assaltaram seu mini-mercado e levaram 5 mil reais do caixa. Então, cinco bandidos entraram em seu mercado novamente. Prenderam sua mulher e mais 15 clientes. César, no fundo da loja, apanhou a pistola e foi perseguido pelos meliantes. Correu para a porta dos fundos e atirou em dois safados que vinham em sua perseguição. Os outros três também saíram e iniciou-se um tiroteio. Acertou três tiros em um deles que caiu e feriu outro. Os restantes fugiram. O que estava caído atirou nele e errou. César o matou com mais 4 tiros. Era o ladrão que estava com os 1700 reais roubados do mercado.


Brasília - DF - Ladrões arrebentaram as grades da casa de Rui Tavares, 44, fazendo bastante barulho, mas pouco se importando, pensando que não iam encontrar reação. Rui escutou o barulho pegou seu 38 e foi até a sala, onde viu as sombras de três homens. Atirou sem pestanejar e acertou a coluna vertebral de um deles que estava correndo para o quintal. Os outros fugiram.


A lista é grande e não há espaço. VEJA QUE A TV JAMAIS MOSTRA UM “ESPECIALISTA” DEFENDENDO ESSES CIDADÃOS QUE REAGIRAM. Como experiência própria, por duas vezes, evitei o assalto à minha casa, ao disparar contra possíveis invasores, que fugiram. Além de armas, conto também com a ajuda de um belo rottweiller para a minha proteção. Aliás, a campanha da TV contra cães de guarda é intensa. A manada, amedrontada pela TV, se borra toda ao ouvir falar em “pit-bull”. Note-se que a TV JAMAIS MOSTRA ALGUÉM DEFENDENDO OS CÃES, embora todos nós saibamos que existem defensores e são a maioria. Alguns casos, menos de 30 por ano em todo país, de ataques de cães a crianças são tão divulgados, repisados e alardeados pela TV que, nesse mesmo ano, todos esquecem os milhares de bons serviços que esses animais prestam aos seus donos e passam a condená-los. Motivo: falta de pensamento crítico e lógico, além de incapacidade de concluir sensatamente.


Já se tornou fato corriqueiro cretinos subirem em torres para aparecerem na TV. São torres de transmissão de TV e torres de energia em alta tensão. Está claro que o imbecil não quer se matar. Quando alguém deseja cometer suicídio, se joga em frente a um trem em movimento. É morte certa. Cem por cento. Ninguém escapa. Assim, quem sobe em torres, quer somente publicidade, que é dada com máximo prazer. No final de setembro, no interior de São Paulo, um sujeito subiu numa retransmissora e de lá somente desceu, depois de várias horas, quando um bombeiro lhe deu um microfone e ele cantou, lá do alto, uma de suas composições. Ele estava revoltado, pois ninguém queria saber de suas músicas. Uma equipe de bombeiros perdeu várias horas com essa ocorrência. E isso tem um custo, que a sociedade toda paga.

No começo de outubro, outro beócio subiu numa torre de alta tensão da Eletropaulo, em uma das marginais de São Paulo. Uma enorme equipe de bombeiros foi “resgatar” o malandro e para isso houve a necessidade de se desligar a força. Quinhentas mil pessoas – meio milhão – ficaram sem eletricidade por quase duas horas. Quem paga tal prejuízo para a sociedade? Que tipo de prejuízo essa falta de energia causou em meio milhão de pessoas? Será que alguém se acidentou, piorou em sua enfermidade ou morreu por esse motivo? A vida desse inseto vale isso?

Então, um psicótico, armado com revólver, decidido a matar a namorada que o abandonou, a faz refém em sua própria casa. A polícia – eficaz somente para fazer encenação para a TV – acorre em numero escandaloso. Em certo momento, contei 22 viaturas entre ambulâncias, carros da PM, do GATE e da policia civil. Tudo efeito de cena, para ser filmado de helicóptero. Havia mais de oitenta agentes no local, para uma “imensa” ameaça: um garoto com um revolverzinho 32.

Qual é o mote da operação? “Temos que preservar a vida humana.” Melhor seria: “Temos que aproveitar a TV e fazer nossa propaganda, agindo como atores de filme policial americano.”

Resumo da ópera: O tiro saiu pela culatra, pois, cumprindo ordens superiores – não matar o facínora e divulgar ao extremo o “respeito à vida humana”– a policia despreparada somente fez cagadas, uma atrás da outra. Podia ter acertado o camarada logo no primeiro dia, utilizando-se de um sniper. Não fez. Podia ter invadido a casa. Não fez. Numa ação hilariante, ridícula, infantil, não profissional, INCONCEBÍVEL mesmo para os leigos, permitiu que uma refém libertada voltasse a ser refém, e depois de 5 dias, resolve mostrar como não se deve invadir um cativeiro e o faz, causando a morte de uma inocente.

Na entrevista, um coronel da PM, em cada dez palavras pronunciava o mantra “a operação visa resguardar a vida humana”. Só se for a do bandido, que, fatalmente assassinaria a ex-namorada, pois sabe que ficará preso por cerca de cinco anos. Depois é curtir a vida adoidado.


A incompetente PM além de encenar essa grandiosa operação para a TV, isolou sem necessidade toda a rua do condomínio, quase 500 metros . Nenhum morador podia sair com seu veículo. Veja se isso acontece em bairros nobres. O dono da padaria que nem estava próxima do prédio do cativeiro, foi impedido de abrir suas portas. “Para evitar risco”, disse um “robocop”. O pobre homem curtiu uma semana fechado sem necessidade. Quem vai pagar seus prejuízos? E da sociedade? Quanto custou montar esse trágico circo onde policiais ineptos brincaram de agentes da SWAT, a custa dos cofres públicos?

Por outro lado, os “especialistas”, os tais “consultores de segurança”, psicólogos e outros peritos de merda, aproveitam a ocasião para fazerem seu show a parte na TV, defecando opiniões de merda em todos os canais: “O importante é preservar a vida humana”. E a vida da moça, da parte inocente, foi preservada?

Já, pela internet, recebo notícia (não confirmada, mas perfeitamente plausível), que a ordem do palácio dos Bandeirantes era para que a polícia “em hipótese alguma, ferisse alguém” e deixasse correr o seqüestro pelo menos “até o dia 27”, isto é depois das eleições. A PM executou a ordem.

Como sempre, a TV teve um longo show de graça, faturou muito com ele e a vida de um inocente não foi preservada. A manada fica aliviada: mais um bandido que não foi morto pela polícia violenta! Não há revolta pela morte de inocentes. Há consternação. Calma, passiva, ovina. Caso fosse o bandido que morresse, não haveria consternação, mas a revolta, induzida pela TV e pelos “especialistas” seria fenomenal.

As vidas Eloá, Liana e Felipe, Yves Ota, Isabela Nardoni, João Hélio, Sandra Gomide, Daniela Perez, do casal Richthofen, dos cinco queimados vivos em Bragança Paulista e do índio Galdino, entre tantos outros inocentes barbaramente assassinados, não foram preservadas. Os “especialistas” dizem que isso é normal. A polícia não pode matar bandidos, o cidadão não pode matar um invasor de sua casa, não pode se defender, não pode reagir, deve sofrer calado e, se necessário, morrer quieto e calmo. O bandido pode tudo e ainda fica vivo e impune. Veja que a OAB (os especialistas) está, nessa mesma semana, fazendo esforços para tentar diminuir o rigor nos presídios de segurança máxima.

Esses são os frutos gerados pela árvore da ilusão da nossa “sociedade democrática”. Continue concordando com eles, achando que são doces e bons. Continue elegendo, sendo governado e julgado por sacripantas. Continue encurralado, sem enxergar as cercas que te tolhem, inerte, sem reação, acovardado. Até que chegue tua vez, ou de alguém dos teus, de fazer o papel da desditosa Eloá.

O AFIAR DAS FACAS

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Monitor Mercantil

25, 26 e 27/10/2008

Opinião


EDUARDO ITALO PESCE


- Especialista em Relações Internacionais e professor no Centro de Produção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Cepuerj).


IBERÊ MARIANO DA SILVA (*)


- General-de-brigada engenheiro militar na reserva.


Enquanto uns afiam as facas, outros vendem (ou dão de presente) o faqueiro. A experiência histórica nos ensina que uma grande crise da economia mundial normalmente é acompanhada por um ciclo de guerras de duração e amplitude variáveis. Segundo Keynes, a recuperação econômica geralmente necessitaria de um “choque externo” – como o ocasionado pela 2ª Guerra Mundial em 1939-45.


O alerta amarelo já deve estar tocando, nos ministérios de Defesa dos principais países. Já no Brasil, é provável que o Plano Estratégico Nacional da Defesa (PEND) vire fumaça, juntamente com o dinheiro que desapareceu na bolsa. Este plano deveria ter sido anunciado oficialmente em 7 de setembro, mas teve sua divulgação adiada, a fim de ser examinado pelo Conselho de Defesa Nacional (CDN) em 3 de novembro de 2008.


Os governos e bancos centrais estão enterrando, com honras militares, o discurso neoliberal de “Estado mínimo”, que montou o cenário para a monumental crise com que ora se depara o mundo. Tal discurso talvez ressuscite um dia, mas provavelmente não no futuro próximo. Sem dúvida, se o Estado não socorresse o mercado na “Hora H”, o colapso poderia ser ainda pior, e sua reversão, mais difícil.


(Aqui, eu não concordo. É o contrário: a situação foi programada para que a conclusão e as medidas tomadas para tentar ‘sanar’ a crise fossem exatamente estas. Se o Estado não tivesse autorizado a liberação de crédito fácil e garantido, certamente o mercado, por si só, jamais teria sido ‘financeirizado’ da forma que o foi – observação deste site)


No campo militar, o momento atual é de perplexidade. Contudo, o desespero dos mercados e dos países dificilmente levará a um grande conflito interestatal de tipo westfaliano, nos moldes da 2ª Guerra Mundial. As guerras do Século XXI são conflitos não-westfalianos, nos quais o “inimigo” não é necessariamente um Estado organizado.


A guerra de quarta geração (G4G) caracteriza-se pela perda do monopólio do Estado sobre os conflitos armados. Desse modo, facções ideológicas ou criminosas, com ramificações externas e internas, poderiam muito bem “declarar guerra” ao Estado brasileiro, visando à sua submissão ou destruição.


Recentemente, foi assinado o Decreto n.º 6.592, de 02/10/2008, regulamentando a Lei n.º 11.631, de 27/12/2007, que criou o Sistema Nacional de Mobilização (SINAMOB). O decreto admite o emprego das Forças Armadas contra ameaças e agressões de origem externa, mesmo quando o território nacional não for invadido ou diretamente ameaçado.


No Brasil, vários analistas de política e relações internacionais consideraram o texto deste decreto “agressivo”, por romper com a “tradição pacifista” da política externa brasileira. Tais observadores aparentemente acreditam que só existe um tipo de guerra: aquela que se dá entre dois ou mais Estados soberanos. Isso indica que o conceito de G4G ainda não foi corretamente compreendido no País.


Em países vizinhos, principalmente no Paraguai, a imprensa local tem distorcido e descontextualizado as notícias divulgadas aqui, com manchetes sensacionalistas afirmando que o Brasil está “pronto para invadir” tais países. Que contraste com a virtual capitulação do Estado brasileiro no plano interno! Será que estão falando mesmo do nosso País?


Apesar de tudo, a atual crise da segurança pública no Brasil ainda não configura uma situação de G4G. É preciso deixar claro que o combate ao terrorismo, ao narcotráfico e a outras modalidades de crime transnacional cabe às forças de segurança e aos serviços de inteligência. O emprego de contingentes das Forças Armadas só se justificaria em casos extremos, quando o tipo de ação tornasse tal emprego necessário.


Em situação de G4G, a missão das Forças Armadas não seria “derrotar” o inimigo em batalha, mas sim estabelecer as condições de segurança necessárias ao funcionamento do governo num território conflagrado. Isso tanto poderia ocorrer no contexto de uma operação de paz no exterior, sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU), como no de uma operação de garantia da lei e da ordem (GLO) de âmbito interno.


O predomínio dos conflitos assimétricos e irregulares na atualidade não significa que as Forças Armadas devam descartar sua capacidade militar convencional, em favor de uma estrutura voltada quase que exclusivamente para as operações especiais e de inteligência. É necessária uma significativa capacidade de “resposta simétrica”, para dissuadir conflitos interestatais e para defender a soberania e os interesses nacionais, caso a dissuasão falhe.


Podemos afirmar que a relativa paz na América do Sul não é resultado de um suposto equilíbrio de poder, mas de uma situação de desequilíbrio de poder, historicamente favorável ao Brasil. Assim sendo, um maior enfraquecimento das Forças Armadas brasileiras poria em grave risco a paz e a estabilidade no subcontinente.


O comprometimento da superioridade militar do Brasil no âmbito regional faria com que o nosso País deixasse de ser o “fiel da balança”, perdendo a capacidade de atuar como mediador de crises – uma vez que, para representar este papel, é necessário ser mais forte que as partes em litígio, a fim de induzi-las a optar por uma solução negociada.


A incapacidade do Brasil (ou de qualquer de seus vizinhos) em atuar na mediação de crises na América do Sul poderia encorajar potências extracontinentais a assumir tal papel, procurando ampliar sua influência sobre a região. A impopularidade dos Estados Unidos poderia inibir sua atuação diplomática nesse sentido – o que, em tese, seria favorável a países como a França.


Além de levar a um possível aumento da influência de potências extracontinentais no entorno estratégico do Brasil, a perda da capacidade de mediação regional, em conseqüência do seu despreparo militar, poderia ter outras implicações para o País. No mar ou em terra, seus recursos naturais poderiam tornar-se alvo fácil da cobiça de interesses externos. O excessivo enfraquecimento do Estado brasileiro e de suas Forças Armadas seria um convite ao desastre.

A Escolha de Sofia

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Luís Mauro Ferreira Gomes

Coronel-Aviador reformado.

23 de outubro de 2008

No próximo domingo, iremos, mais uma vez, às urnas, para decidirmos, em segundo turno, quem será o responsável pela administração, ou melhor, pela destruição da nossa Cidade, nos próximos quatro anos. Como tem sido comum, nenhuma das duas opções pode ser considerada digna do nosso voto.


Temos grande admiração por aqueles que já decidiram em quem votar, já que ainda não fomos capazes de fazê-lo, pois repugna-nos sufragar em qualquer dos dois postulantes, nesta que nos parece ser a escolha eleitoral mais difícil que já enfrentamos.


Não podemos esquecer a referência demagógica ou subserviente, mas inteiramente fora de contexto, que o candidato com cujas idéias e propostas mais nos identificamos, fez, ainda no primeiro turno, ao que chamou de “ditadura militar”. Além disso, ele cometeu o suicídio político ao procurar “colar-se”, despudoradamente, a duas figuras desprezíveis da vida pública nacional, tendo, inclusive, protagonizado o ridículo papel de “desculpar-se” com Lula, pelas verdades que disse, quando candidato à presidência da República.


Tudo para satisfazer à necessidade de bajular o poder do seu mentor atual, sob o pretexto de obter um apoio, dado a contragosto, que só lhe tirou votos.


A sedução de impor mais uma derrota ao presidente, um verdadeiro Midas ao contrário, que transformou em dejeto todas as candidaturas em que tocou (haverá alguém que ainda acredite na popularidade que lhe atribuem os institutos de pesquisas?), torna-se quase irresistível.


Mas será possível votar no outro candidato, se ele representa a negação de tudo aquilo em que cremos? Parece desnecessário fazer quaisquer outras considerações sobre isso.


Anular o voto, porém, está fora de cogitação. Nunca o fizemos, nem o faremos agora. No momento oportuno, tomaremos a nossa decisão, por mais que ela nos violente.

Estamos prontos para enfrentar a hostilidade daqueles que consideram as suas razões melhores do que as dos outros e que não nos perdoarão, não importa qual seja a nossa escolha. Escolha que talvez já tenha sido feita, fora do nível da nossa consciência.


Para o futuro próximo, é indispensável exterminar esse sistema político que nos obriga e escolher entre o muito ruim e o muito pior ainda.


Assim, não dá!