José de Araújo Madeiro
Cirurgião Torácico
Vimos o presidente ontem falando para um forte grupo de empresários, sobre a crise do capital especulativo, até com dados que não tínhamos conhecimentos. É óbvio que esse está bem treinado, não só pelos folhetos de Gramsci do Foro de São Paulo, como pelos marqueteiros de plantão, a custa do suor da classe média e dos seus pesados tributos.
Ora o povão gosta de utopias. Também os empresários de fachada, ganhadores de dinheiro fácil. O cerne da questão fica sepultado no inconsciente das massas febris e que sufragam votos sem objetivos. Só que o povão em nada avança e não passa da conotação de Zé Povinho e os empresários sem nacionalismo se afogam em lagos de papel pintado.
Na essência, o discurso do títere ajusta-se às expectativas dos ouvintes, recheado de aplausos e que nada produz de concreto, o seja na construção da verdadeira riqueza e que promova o bem estar necessário e esperado. Riqueza em bens matérias e não moeda ou ações flutuantes, que não passam de papéis podres a forjar poder para alguns e a disseminar a miséria para todas camadas da população. Tendo a classe média como pode expiatório a ser depauperada e nivelada por baixo.
Então a eloqüência do presidente perde-se na acidez da crítica e da resolutividade que se impera. O discurso deve resultar em ações, se isto não vem acontecendo, há seis anos, perdendo-se no vazio e a utopia permanece como amálgama de esperanças dos ingênuos que não passam de massa de manobra.
O mundo precisa de novas lideranças e de novos rumos. De líderes que estejam sintonizados e decididos com as demandas mundiais e somente com as premências imediatas dos seus povos e não envoltos de corrupções e de engodos, que são envernizados a pinceladas de marqueteiros e de uma mídia amestrada. Precisamos de horizontes e não de utopias ou ideologias. De trabalho e soluções, não de conversas e promessas. De autênticos líderes e não de mentirosos utopistas.
Para ordem interna da nação brasileira, a lábia do presidente é muito hábil e de tamanha enganação. Na frenética busca de votos para Dilma Rouseff, volta a conectar o PAC que não até hoje não sai do papel, com a crise mundial do capital especulativo. Fala em vender automóveis, de longas prestações e parcelas degustáveis pelo povão, enquanto a nação padece de boas e seguras estradas e de meios de transportes coletivos que tornem as cidades brasileiras menos congestas e menos poluídas. Vejamos as filas quilométricas de automóveis nas grandes cidades, quando o povão precisa se locomover para trabalhar e não ficar estancados por longas horas e filas nas cidades, sem alternativas e expostos a assaltos e à improdutividade.
Infelizmente, são palavras vazias que servem para receber aplausos, para transbordarem especulações, mas que no fundo se perdem no vazio.
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