sexta-feira, agosto 15, 2008

Mais um jovem é covardemente assassinado no Brasil

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Por Rebecca Santoro

Mais um jovem é covardemente assassinado no Brasil. Mais um dentre as dezenas de brasileiros que são mortos, todos os dias, vítimas de assassinos de todo tipo que circulam livremente pelo país. Os noticiários nacionais, já há algum tempo, não falam mais desse tipo de crime, que já se tornou rotina, dando, portanto, os telejornais, mais importância aos crimes de exceção (como foi o caso de Isabella Nardoni) e aos escândalos político-criminais que não param de se suceder.

Morrer assim, estupidamente, no meio da rua, vítima dos vulgos “vítimas da sociedade”, como são tratados os assassinos frios e voluntários que circulam pelas nossas cidades, já é um risco normal que corre todo brasileiro.

A polícia, cumprindo seu papel, orienta para que não se reaja a assaltos. Nesse país, aliás, não se deve reagir a crime nenhum, não é mesmo? Vide o que o ministro da justiça tarso genro mandou fazer com o arrozeiro de Roraima, e com seu filho e com seus empregados, por terem reagido a bandidos armados que invadiram suas terras.

No caso do rapaz que foi assassinado ontem (veja notícia abaixo), entretanto, não houve morte por causa de reação ao assalto e sim por maldade mesmo por parte do assassino, uma vez que a vítima já estava em situação de não mais poder agir em legítima defesa e atrapalhar o andamento do assalto.

O rapaz tinha uma vida, tinha uma família, tinha um futuro inteiro pela frente. Até quando a sociedade continuará permitindo que marginais possam sair às ruas armados, enquanto os cidadãos são coagidos pelo Estado a não poder ter o direito de se defender? Até quando a sociedade pretende continuar a combater esses animais assassinos com passeatas de camisetas brancas? Ninguém ainda percebeu que não está funcionando, nem contra os bandidos e nem para pressionar as autoridades constituídas?

O fato é que já vivemos num faroeste. Minto, vivemos num paredão: bandidos brincando de tiro ao alvo com cidadãos comuns que se apertam contra a parede, atravessando, de um lado para o outro, na esperança de não serem atingidos por um número cada vez maior de balas disparadas contra si. Os bandidos gargalham diante daquela gente desesperada correndo pra lá e pra cá.

Há mais cidadãos comuns do que bandidos, sem dúvida. O fator de desequilíbrio é que só os bandidos andam armados. Como todo bom covarde – que é o que são – se não fosse esse fator, estariam todos trabalhando em outro ofício.

Crime na estrada

Publicada em 20/05/2008 às 14h15m

Bom Dia São Paulo, O Globo Online

Assalto a ônibus da Pássaro Marrom termina com morte de um passageiro

SÃO PAULO - Um assalto a um ônibus da Viação Pássaro Marrom, na noite desta segunda-feira, terminou com a morte de um passageiro na Via Dutra, na divisa entre os municípios de Guarulhos e Arujá, na Grande São Paulo. A vítima, João Alexandre de Almeida Guilherme, de 23 anos, seguia do Terminal do Tietê para Taubaté, no Vale do Paraíba, a 134 quilômetros da capital. Cerca de 25 passageiros estavam no veículo, que partiu da capital às 21h.

Na altura do km 225 da Via Dutra, dois homens deram sinal para o ônibus parar e subiram no veículo pagando normalmente a passagem. A dupla seguiu até o fundo do ônibus, onde anunciou o assalto, após dez minutos dentro do veículo. Segundo testemunhas, João reagiu e chegou a trocar socos com um dos criminosos. Desacordado, levou um tiro no peito.

Quem estava no ônibus, disse à polícia que os bandidos não deixaram João ser socorrido.

- O bandido, com a maior frieza e crueldade, atirou no peito do meu primo e anunciou para quem estava dentro do ônibus que aquilo era para ele aprender e para as pessoas aprenderem a não reagirem a um assalto - contou Ana Caroline Souza Guilherme, prima de João.

João Alexandre era o filho caçula de Ubirajara Guilherme Junior.

- É o fim de um sonho, um tiro no peito e acabaram com a vida do meu filho. Era um ótimo profissional, um ótimo filho, dedicado, sempre gostou de estudar e sempre foi alegre - disse o pai.

O jovem havia passado em segundo lugar no curso de engenharia mecatrônica na Universidade Federal de Santo André. O estudante pegou o ônibus no Terminal Tietê, e seguia para Taubaté, cidade onde mora a família. João queria pegar o carro da mãe porque tinha uma entrevista de trabalho nesta terça-feira em São Paulo.

Os bandidos pediram que o motorista do ônibus parasse e fizeram um arrastão no veículo, levando de outros passageiros celulares, relógios, dinheiro e outros pertences. A dupla chegou a ameaçar outros passageiros de morte caso tomassem a mesma atitude da vítima. Os dois bandidos fugiram a pé.

Em seguida, João Alexandre chegou a ser socorrido em um posto da concessionária NovaDutra, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O ônibus foi recolhido para uma garagem em Taubaté, e a empresa diz que está dando apoio às vítimas e quer colaborar com a investigação da polícia.

A recomendação da polícia é para nunca reagir a ação de bandidos.

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