quarta-feira, setembro 24, 2008

Chile rejeita idéia boliviana de discutir na OEA sua saída para o mar

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26 DE MARÇO DE 2006

Perdas territoriais bolivianas desde 1880


O Chile rejeitou a possibilidade de uma mediação da Organização dos Estados Americanos (OEA) para devolver à Bolívia uma saída para o mar. O ministro chileno das Relações Exteriores, Alejandro Foxley, disse que "não cabe a nenhum organismo multilateral intervir num assunto que é estritamente bilateral".


O presidente boliviano, Evo Morales, respondeu imediatamente. "Aqui não se trata de uma posição dos governos. Os governos, os presidentes, os govfernos fracassaram. Mas agora os povos, o povo boliviano, o povo chileno, podem reparar este prejuízo histórico", disse Evo.


Raízes históricas


A Bolívia perdeu sua saída para o mar na Guerra do Pacífico (1879-1884). O Chile derrotou a Bolívia e o Peru, anexando as atuais províncias de Antofagasta, antes boliviana, e Tarapacá, peruana. Historicamente a Bolívia teve outras perdas territoriais (veja o mapa), mas a de 1883 ee a única que permanece em aberto. A Bolívia nunca admitiu a perda de seu litoral e a questão mantém tensas as rerlações entre La Paz e Santiago.


Marcha do retorno ao mar


Evo Morales compareceu à posse da nova presidente do Chile, Michelle Bachelet, no último dia 10, em uma iniciativa sem precedentes visando quebrar o gelo – foi a primeira vez na história que um presidente boliviano prestigiou com sua presença a posse de um governante chileno. Em Santiago, participou de uma manifestação onde comoveu-se até as lágrimas ao ouvir 7 mil chilenos gritarem "Mar para a Bolívia". O governo de Michele, porém, anunciou que "não vamos mudar uma vírgula no que é a política externa chilena".


Na sexta-feira passada (25), 127º aniversário da perda do litoral boliviano para o Chile, Evo Morales conclamou a comunidade internacional – a Organização das Nações Unidas, a União Européia, a Igreja Católica – a apoiar a centenária reivindicação boliviana de uma saída para o mar. Na mesma data Evo liderou uma "Marcha do Retorno ao Mar", de 200 mil bolivianos na cidade de La Paz; foi quando fez o apelo à OEA.


"Convidamos o secretário-geral da OEA, um socialista chileno (José Insulza), apelando para um líder socialista, Salvador Allende, que dizia `Mar para a Bolívia'", disse o novo governante boliviano, que assumiu o cargo no mês passado. Ele avaliou que só a obtenção da saída marítima fará a economia de seu país crescer 3%.


A negativa chilena não significou um completo bloqueio da questão. Foxley registrou que há "um bom clima" nas relações entre os dois países e defendeu que eles tratem "uma agenda aberta e sem exclusões", que avance pouco a pouco no sentido de temas mais difíceis.


O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, tratou do assunto na audiência que teve com Michelle, no Palácio de la Moneda. Ao sair do encontro, disse que o Brasil está disposto a "ajudar, caso se acredite que seja necessário aprofundar o diálogo". O contencioso Chile-Bolívia, o mais grave na América do Sul, é um obstáculo ao projeto de integração continental que o Brasil persegue sistematicamente nos últimos três anos.

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