sexta-feira, agosto 15, 2008

Brasil, onde todo o dia é dia de índio

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Carlos Vilmar

25 Mai 08

A agressão sofrida pelo engenheiro da Eletrobrás, em Altamira (PA), no dia 20 de maio de 2008, em uma ação traiçoeira e covarde dos índios, foi grotesca. Uma pequena amostra da violência que está latente na Amazônia. O estágio dos conflitos na região, independente de como as terras indígenas sejam demarcadas, indica que haverá confrontos, sempre haverá grupos descontentes. Todos querem um pedaço do Brasil, índios, MST, quilombolas e, principalmente, os estrangeiros.

O cenário atual na Amazônia e o acirramento da violência, nos últimos tempos, deveriam causar preocupação ao país e ao governo. A compra dos facões, com os quais o Engenheiro foi ferido, por integrantes de movimento sociais e as declarações matreiras do Bispo do Xingu representam apenas a ponta do iceberg. O Brasil precisaria ser uma grande “aldeia” para não ver impressões digitais de representantes das Igrejas e das ONGs na origem dos conflitos na Amazônia, só não vê quem não quer enxergar. As ações de estrangeiros na região, nas últimas décadas, facilitadas pela ausência do governo, de alguma forma, estão levando a discórdia entre os irmãos brasileiros.

Em 1987 fui servir no Estado de Roraima. Naquela época o problema maior era a invasão da capital Boa Vista por um grande número de garimpeiros, mas já dava para sentir que o caminho escolhido pela Igreja e ONGs para “ajudar” os índios seria motivo de discórdia no futuro. Conheci índios que falavam os idiomas Inglês e Sueco e, no entanto, continuavam miseráveis e ignorantes e se alimentavam de banana e mandioca. Compreendi, na oportunidade, que a sobrevivência dos índios após conhecer outras culturas estaria impreterivelmente vinculada a civilização da tribo. Qualquer outra idéia é utopia pura ou faz parte de uma grande armação.

Em abril de 2004, 29 garimpeiros foram assassinados a tiros e flechas por índios cinta larga em Espigão d'Oeste ( 534 km de Porto Velho), fato que ganhou notoriedade devido a grande violência na prática dos crimes. Para a maioria dos brasileiros este massacre pode parecer ocasional, mas a verdade é que há muito tempo é rotina de índio matar quem o desagrade, usar representantes do Estado como reféns para fazer reivindicações e impedir o livre trânsito de brasileiros por estradas da Amazônia. Atos normalmente recheados de ameaças e de agressões. Quando os garimpeiros foram assassinados pelos índios cinta larga foi dito o seguinte: “foram trabalhadores mortos quando as negociações não interessavam mais aos índios. De inocentes estes ricos índios não têm nada. Estão bem aculturados e informados, muito mais do que caboclos que vivem na miséria dentro das matas na Amazônia”. Desde então, as ações ilegais e violentas envolvendo indígenas tem mostrado que os conflitos na Amazônia se agravaram. A tendência é que recrudesçam ainda mais com a questão da demarcação de terras, mesmo com a intervenção Federal.

Os governantes têm a obrigação de atuar quando os índios não respeitam a lei e atentam contra a vida de outros cidadãos. A ausência do Estado e a leniência das autoridades no trato das questões que envolvem os indígenas são os grandes responsáveis pelo que está acontecendo na região Amazônica. O fazendeiro que defendeu suas terras, em Roraima, foi imediatamente indiciado por vários crimes, algemado e preso diante de seus familiares e amigos. A rapidez da ação contra o fazendeiro lembra outro fato recente: a deportação relâmpago dos atletas cubanos. Um fato político que deixou o governo atual com uma dívida para com a democracia. A impressão que fica é que o governo faz distinção entre os cidadãos brasileiros e seleciona os grupos que deseja proteger, comportamento inadequado para um país de regime democrático.

O que fica claro nas ações fora da lei dos indígenas, exemplificadas com a torpe agressão do Engenheiro da Eletrobrás, em Altamira (PA), e o aprisionamento de funcionários da Funai, em Avaí, no Centro do estado de São Paulo (a 382 km da capital), ambos os fatos ocorridos no mês de maio, é que os índios não respeitam a lei ou as autoridades, qualquer que seja a região do país que habitem. Alguém ou alguma coisa os convenceu de que estão acima dos governos e que podem fazer o que bem entendem. É possível que os índios estejam sendo usados como massa de manobra.

O histórico de violência na Amazônia e a orientação das Forças Armadas para que o governo evite a demarcação das áreas indígenas em terras continua deveriam servir de alerta para qualquer decisão que venha ser tomada em relação à região. Pelos acontecimentos recentes dá para se ter uma idéia do que vai acontecer depois que as terras dos índios forem demarcadas da forma como está previsto. Primeiro será instituída uma luta permanente para a criação da Nação Indígena, tendo a frente as Igrejas e as ONGS. Na seqüência o Brasil vai ser obrigado a entrar em uma guerra contra o mundo (de olho na Amazônia há muito tempo) para não perder o que irresponsavelmente doou para os “coitadinhos” e “inocentes” índios.

Os governantes precisam entender que a solução para a Amazônia vai muito além do discurso politicamente correto, a magia da retórica não vai resolver o problema. É preciso que o Estado, antes de tudo, se faça presente naquele território de riquezas e diversidades, agora e no futuro. Basta da interferência de estrangeiros na região, chega de dia de índio. No Brasil, o que o povo mais quer é que todo o dia seja dia de brasileiros, de todas as raças e credos.

BRASIL ACIMA DE TUDO

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